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"Cara e Coragem" chega ao fim após seis meses de enrolação e desinteresse do público

Apesar de diretora competente e elenco de estrelas, aposta da Globo para as sete não convenceu e desperdiçou talentos

"Cara e Coragem", novela das sete da Globo"Cara e Coragem", novela das sete da Globo - Foto: Divulgação

Na próxima sexta (13), a Globo se livra de um dos maiores problemas de sua história recente: “Cara e Coragem”. Por muitos anos, a emissora trabalhou com inúmeras adversidades que podem atingir uma novela: história sem apelo, elenco mal escalado, direção sem inspiração, polêmicas nos bastidores ou até mesmo apostas inusitadas da concorrência. Entretanto, dificilmente uma novela que atende minimamente todos os requisitos básicos de uma produção patinou na audiência pelo simples desinteresse do telespectador.

Depois de fazer sucesso com “Pega-Pega”, a autora Claudia Souto resolveu fazer uma verdadeira celebração das clássicas tramas das sete com um enredo que unia ação, comédia e suspense em doses equilibradas.

Com a competente direção de Natália Grimberg, a novela prometeu tirar o fôlego do público com uma história envolvendo a radical rotina dos dublês, a existência de sósias - pessoas muito parecidas que não têm qualquer parentesco -, e a degradação de uma família por conta de mistérios e segredos.

À disposição da narrativa, estrelas da casa como Taís Araújo, Paolla Oliveira, Marcelo Serrado e Carmo Dalla Vecchia atuaram ao lado de boas apostas como Paulo Lessa e ainda marcou a interessante volta de Mel Lisboa à emissora.

Apesar da sintonia quase nula entre Paolla e Serrado, o elenco no geral se mostrou competente tanto nas cenas de ação quanto nos eixos dramáticos que permearam a trama. Tanto mistério, inclusive, acabou comprometendo o núcleo cômico da história. Apesar da ótima dobradinha entre Kiko Mascarenhas e Jeniffer Nascimento, intérpretes de Duarte e Jéssica, a história do pobretão que fingia ser milionário não convenceu de fato.

Aliás, nada convenceu muito em “Cara e Coragem”. A grande volta de Clarice, empresária vivida por Taís Araújo que foi dada como morta, por exemplo, sequer animou a audiência. Da mesma forma, passou batida a informação que Danilo, de Ricardo Pereira, era a mente por trás de boa parte das maldades que permearam a novela. Muito barulho por nada e com muita enrolação ao longo de seus seis meses de duração, a produção se revelou um desperdício de talentos.

Como sempre faz quando uma aposta um pouco mais ousada não surte o resultado esperado, a Globo agora volta ao conforto de uma comédia romântica tradicional com “Vai na Fé”, mostrando que a única certeza na teledramaturgia e que sempre há uma novela depois da outra e que alguns fracassos fazem parte do jogo.

Cara e Coragem” - Globo - de segunda a sábado, às 19h30.

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