Carmen Miranda: 65 anos sem o símbolo da música brasileira
Ecad faz homenagem à cantora, que foi um grande símbolo do Brasil numa época em que a música brasileira ainda não era conhecida no exterior
Carmen Miranda é um dos símbolos da música brasileira no país e no exterior. A cantora, atriz e dançarina nasceu em Portugal, mas chegou ao Brasil com meses de vida. Nesta quarta-feira, dia 5, a morte da artista completa 65 anos e, em sua homenagem, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) fez um levantamento das músicas gravadas por ela que mais tocaram nos últimos cinco anos nos principais segmentos de execução pública. “A Pequena Notável”, apelido que ganhou em razão de seu 1,55 m de altura, faleceu em 1955, nos EUA.
Maria do Carmo Miranda da Cunha, artisticamente conhecida como Carmen Miranda, foi uma mulher à frente do seu tempo. Ela foi um símbolo de brasilidade num período em que a música do Brasil ainda não era conhecida no exterior. Começou a carreira no fim década de 1920, como cantora de rádio, e ganhou fama internacional pelo seu talento, suas canções e sua famosa caracterização de baiana. Além disso, Carmen foi a primeira mulher a assinar contrato com uma rádio no Brasil e chegou a receber o maior salário pago para uma mulher nos Estados Unidos.
Leia também
• Coronavírus suspendeu 6.000 shows por mês no Brasil, calcula Ecad
• Kleiton & Kledir: quatro décadas de longevidade de boa música e sotaque gaúcho
• Captação de recursos pela Lei Rouanet cai 35%, a maior queda da última década
“Aurora”, canção de autoria de Mário Lago e Roberto Roberti e composta para o carnaval de 1941, ficou na liderança do ranking. Essa música foi apresentada por Carmen nos Estados Unidos, chegou a ganhar uma versão em inglês feita pelo trio feminino norte-americano Andrews Sisters e fez parte da trilha sonora do filme “Segure o Fantasma”, da dupla cômica Abbott & Costello.
Também foram destaques nas primeiras colocações do ranking do Ecad as músicas “Mamãe eu quero” (de Jararaca e Vicente Paiva), “Ta-hi” (de Joubert de Carvalho), “O que é que a baiana tem” (de Dorival Caymmi), e “Balancê” (Braguinha e Alberto Ribeiro).
Carmen Miranda tem 377 gravações no banco de dados do Ecad. A maior parte de seus rendimentos em direitos autorais pela execução pública de músicas, nos últimos cinco anos, é proveniente dos segmentos de TVs, Rádio e Cinema, que correspondem a mais de 85% do que é destinado a ela. É importante ressaltar que seus herdeiros continuam recebendo os direitos autorais pela execução pública de músicas. Esse pagamento é assegurado por 70 anos após a morte do autor (ou do último autor, em caso de parcerias), conforme determina a lei do direito autoral (9.610/98).
Confira o ranking das músicas gravadas por Carmen Miranda mais tocadas nos últimos cinco anos nos principais segmentos de execução pública (Rádios, Sonorização Ambiental, Casas de Festa e Diversão, Carnaval e Festa Junina):
1 – Aurora (Mário Lago/Roberto Roberti)
2 - Mamãe eu quero (Jararaca/Vicente Paiva)
3 - Ta-hi (Joubert de Carvalho)
4 - O que é que a baiana tem (Dorival Caymmi)
5 – Balance (Braguinha/Alberto Ribeiro)
6 - ...E o mundo não se acabou (Assis Valente)
7 - Cantores do radio (Braguinha/Alberto Ribeiro/Lamartine Babo)
8 - Adeus batucada (Synval Silva)
9 - O tic tac do meu coração (Alcyr Pires Vermelho/Walfrido Silva)
10 - Touradas em Madrid (Braguinha/Alberto Ribeiro)
11 - Alô alô (André Filho)
12 - No tabuleiro da baiana (Ary Barroso)
13 - Minha embaixada chegou (Assis Valente)
14 - Camisa listrada (Assis Valente)
15 - Uva de caminhão (Assis Valente)
16 - Diz que tem (Hannibal Cruz/Vicente Paiva)
17 - Moleque indigesto (Lamartine Babo)
18 - Tico tico no fubá (Miguel Lima/Zequinha de Abreu)
19 - Samba rasgado (Wilson Falcão/Portelo Juno)
20 - Chiquita bacana (Braguinha/Alberto Ribeiro)