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Moda

Chanel leva alta-costura às margens do Sena, e Lelouch a filma na Ópera de Paris

A coleção joga com os contrastes: "parisienses" com os tradicionais conjuntos de tweed com saias abaixo do joelho, casacos boêmios, blusas fluidas e lenços na cabeça

Chanel leva alta-costura às margens do Sena, e Lelouch a filma na Ópera de ParisChanel leva alta-costura às margens do Sena, e Lelouch a filma na Ópera de Paris - Foto: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP

Chanel levou a alta-costura para as margens do rio Sena em Paris nesta terça-feira(4), enquanto o cineasta Claude Lelouch a filmava na Ópera de Paris, em uma homenagem de Stéphane Rolland a Maria Callas, com a participação da brasileira Maria Fernanda Cândido.

Caroline de Maigret, que já havia trabalhado para Chanel na década de 1990, abriu o desfile sobre os paralelepípedos em frente a Torre Eiffel, com um longo casaco azul marinho.

A cantora e atriz Vanessa Paradis, que encarna o encanto parisiense, segundo a Chanel, exibiu um vestido longo de organza, com camélias de veludo preto aplicadas.

O Sena fascinou os estilistas de moda mais do que nunca nesta temporada. Louis Vuitton, Kenzo e Alaia apresentaram suas coleções nas pontes parisienses, tanto de moda masculina quanto alta-costura.

"Se estamos em Paris, desta vez é hora de estar em seu coração, nos cais. As ruas e os paralelepípedos coloridos pedem tanto sofisticação como simplicidade", explica Virginie Viard, diretora artística da Chanel, em notas sobre o desfile.

A coleção joga com os contrastes: "parisienses" com os tradicionais conjuntos de tweed com saias abaixo do joelho, casacos boêmios, blusas fluidas e lenços na cabeça.

A estilista combina tweeds, musseline de seda, organzas e rendas bordadas com motivos florais e gráficos.

Nieves Álvarez para homenagear Callas 

Quando o diretor Claude Lelouch pediu a Stéphane Rolland para registrar seu desfile para seu próximo filme, "Finalement", o estilista permitiu imediatamente. "Foi um presente do céu", explicou à AFP.

A ideia é reproduzir uma gala de 1958, quando Callas estava no auge de seu estrelato na ópera.

Stéphane Rolland, amante das cores vivas, desta vez optou por uma paleta mais sóbria: com exceção dos vestidos vermelhos, "tudo é preto e branco. É intimidante, decidido. No Palácio Garnier não tenho vontade de provocar com rosa, amarelo ou verde", explica o estilista.

O próprio Rolland colocou a "mão na massa" para esculpir peças de porcelana que foram bordadas nos vestidos.

Cada traje faz referência a um personagem vivido por Maria Callas: a Violeta de la Traviata, Norma, Medea.

Para interpretar Callas, Stéphane Rolland chamou sua modelo favorita, a espanhola Nieves Álvarez, que abriu o desfile com um vestido de gaze preto e o fechou com outro de musseline branca, que lembra uma noiva.

Também desfilaram a atriz brasileira Maria Fernanda Cândido, "que tem a graça de Callas", e a modelo iraniana Farnoush Hamidian, "uma mulher que luta por sua liberdade e a liberdade das mulheres".

"Callas era isso", concluiu o estilista.

Alexis Mabille reinventa o 'smoking'

O estilista francês Alexis Mabille optou por reinventar o 'smoking' para a mulher, com cortes que foram reduzidos à medida que avançava o desfile, realizado na casa de leilões Christie's.

Começou com um top em jersey preto e gola alta e, na parte de baixo, um 'smoking' que começava assimetricamente na cintura, em forma de saia.

O traje foi reduzido até virar um body de crepe preto, quando a última modelo entrou na passarela.

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