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"Chuva Negra", série que estreia no Canal Brasil, traz protagonista com Síndrome de Down

Com 10 episódios, produção segue os irmãos Zeca e Vitor, que precisam cuidar do caçula Lucas

"Chuva Negra", série cheia de diversidade que estreia no Canal Brasil"Chuva Negra", série cheia de diversidade que estreia no Canal Brasil - Foto: Divulgação/Canal Brasil

Família sempre foi uma temática extensa e rica. Porém, ao longo dos últimos anos, o termo foi ganhando novos significados, ficando cada vez mais amplo e plural. Para traduzir essas novas configurações familiares, a série “Chuva Negra”, do Canal Brasil, estreia no próximo dia 24 de março com temáticas como a formação de famílias não convencionais, o amor fraterno e a diversidade.

A produção é criada e dirigida por Rafael Primot, que também vive um dos protagonistas da trama. “Nossa ideia é falar de uma maneira metafórica da transformação das famílias nos dias de hoje, de uma família tradicional ou conservadora para uma família contemporânea e atual, com elementos diversos, com uma convivência social com todos os tipos de classes e gêneros. É uma série que fala sobre isso, sobre famílias reais”, explica Primot.

Com 10 episódios, a produção conta a história dos irmãos Zeca e Vitor, vividos por Marcos Pitombo e Primot. Eles precisam cuidar do irmão caçula Lucas, papel de João Simões, um adolescente de 16 anos com Síndrome de Down, após a morte dos pais Nancy e Geraldo, interpretados por Julia Lemmertz e ZéCarlos Machado. Para isto, terão a ajuda de Julie, mulher de Vitor vivida por Vanessa Giácomo, e Micha, de Leona Jhovs, mulher trans acolhida pela mãe dos protagonistas.

“O Zeca é um personagem perfeito. Ele tem atitudes questionáveis, ele é até considerado babaca por alguns personagens, mas eu o encaro como imaturo. Ele tem dificuldade em assumir responsabilidade com o irmão mais novo que ele nunca cuidou”, explica Pitombo.

Com a diversidade percorrendo toda a trama, a série é estrelada por João Simões, ator com Síndrome de Down, que vive um os papéis de destaque da produção. O projeto, inclusive, estreia na semana em que se celebra o Dia Mundial da Síndrome de Down. “Estudei durante quatro meses para fazer esse personagem com o Rodrigo Frampton, que foi meu preparador de elenco. É importante ter inclusão de pessoas com Síndrome de Down, pretos, trans. Eu fiquei feliz de ter gravado a série”, valoriza João.

A série também fará, por meio de cenas de flashbacks, um resgate da história dos personagens de Julia Lemmertz e ZéCarlos Machado, mostrando a família de forma mais profunda. “O roteiro é muito interessante, pois ele não é linear, a Nancy aparece em flashbacks até você entender o que acontece no último episódio. Ela e o marido somem, o avião cai, mas não posso falar mais para não dar spoiler”, despista Julia.

A diversidade também foi uma preocupação por trás das câmeras. A equipe técnica nos bastidores foi formada por 85% de mulheres. Além disso, a comunidade LGBTQIA+ e pessoas pretas foram priorizadas tanto no elenco quanto os técnicos. “A gente está falando de diversidade, precisávamos agir com esse olhar diverso, plural e inclusivo”, defende Primot.

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