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Literatura

Cida Pedrosa é reverenciada no encerramento da Bienal do Livro

A 13ª edição do evento literário chegou ao fim na terça-feira (12)

Cida Pedrosa, no último dia 13ª Bienal do Livro de PernambucoCida Pedrosa, no último dia 13ª Bienal do Livro de Pernambuco - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

A 13ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco chegou ao fim nesta terça-feira (12), no Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda, encerrando também uma série de atividades que reverenciaram a obra de Cida Pedrosa. A escritora pernambucana, que foi uma das homenageadas desta edição, marcou presença no último dia do evento literário.

A homenagem chega após Cida, natural de Bodocó, no Sertão de Pernambuco, ter sido agraciada com dois prêmios Jabuti em 2020. Ao longo dos 12 dias de Bienal, seu nome fez parte da programação por meio de debates, palestras e apresentações teatrais. “É uma honra poder vivenciar tudo isso em vida. É fruto de uma jornada de 40 anos na labuta literária. Agora, ser homenageada junto com Paulo Freire nem nos meus maiores sonhos eu teria imaginado”, comemorou. 

Sobre a curadoria realizada pelo Sesc Pernambuco para a festa literária, a autora só apontou elogios. “Todas as vezes que fui a uma mesa falando sobre a minha obra observei coisas que antes não via enquanto escrevia. São leituras muito próprias de cada pessoa. Isso é muito bom”, apontou. Essa experiência foi registrada em vídeo e será lançada em formato de documentário no dia 18 de outubro, quando Cida completa 58 anos de idade. O material ficará disponível nas redes sociais da poeta. 
 

Últimas homenagens

No dia do encerramento da Bienal, o público teve acesso ao bate-papo “Quando a poesia interpela o teatro: conversas potentes sobre Cida Pedrosa, poesia e o fazer teatral”. Com intermediação de Everson Melquíades, a autora pôde falar e ouvir sobre as adaptações de textos seus para a linguagem cênica. Se juntaram à mesa os diretores Breno Fittipaldi, Naná Sodré e Cláudio Lira, que já trabalharam tendo como base livros escritos pela poeta.   

“Vejo essas peças como trabalhos de ‘transcriação’. Amo quando alguém de outra linguagem se debruça sobre um texto meu. Sinto que outra coisa é criada e eu passo a entender muito mais sobre aquilo que eu escrevi”, disse a escritora à plateia presente. 
 

Espetáculo #MedusaMusaMulherCida Pedrosa subiu ao palco em "#MedusaMusaMulher", com Fabiana Pirro (Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco)

Breno Fittipaldi enfatizou o alcance dos versos produzidos pela bodocoense. “Mais do que a escrita genial que Cida tem, o importante é o que ela consegue dizer com o que escreve e como isso atinge as pessoas”, apontou o encenador, que dirigiu o espetáculo "#MedusaMusaMulher", uma das últimas atrações do evento. 

O solo escrito por Cida e estrelado por Fabiana Pirro propõe uma reflexão sobre as violências sofridas pelas mulheres através do mito grego da Medusa. Em um momento de interação da atriz com o público, a autora subiu ao palco, permitindo o encontro entre a personagem e sua criadora. Na mesma noite, a escritora também foi reverenciada no espaço Território Gastronômico, onde o chef Rivandro França preparou e apresentou pratos inspirados na sua obra, como baião de dois e camarão. 

Balanço desta edição 

Os organizadores da Bienal estimam que cerca de 350 mil pessoas tenham visitado o evento nesta edição, contabilizando suas ações presenciais e virtuais. Primeira grande feira literária desde a flexibilização das atividades econômicas no Estado, a iniciativa movimentou aproximadamente R$ 12 milhões em negócios, com a participação de 89 livrarias e editoras espalhadas em 320 estandes.

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