Televisão

Cinco Perguntas: Entrevista com Ju Colombo, a Quintilha de "No Rancho Fundo", da Globo

Retomar um de seus papéis mais queridos casou perfeitamente com sua curiosidade sobre os rumos da dona de hotel mais bem informada do universo de Mário Teixeira

 Ju Colombo, a Quintilha de "No Rancho Fundo", avalia a maior representatividade da mulher preta na tevê Ju Colombo, a Quintilha de "No Rancho Fundo", avalia a maior representatividade da mulher preta na tevê - Foto: Divulgação

Cada vez mais envolvida em projetos na tevê, Ju Colombo já estava buscando novas oportunidades no vídeo quando recebeu um convite inusitado: reviver a divertida Quintilha, personagem de “Mar do Sertão”, de 2022, na trama de “No Rancho Fundo”, de 2024.

A possibilidade de retomar um de seus papéis mais queridos casou perfeitamente com sua curiosidade sobre os rumos da dona de hotel mais bem informada do universo criado pelo autor Mário Teixeira.

A surpresa ficou por conta do jeito com que o novelista arquitetou este retorno, com a personagem ainda mais independente e ambiciosa.

“A Quintilha ganhou complexidade, está envolvida em várias frentes do enredo e também tem um par romântico. Ela está bem mais caliente e isso me dá muitas possibilidades. É uma oportunidade de explorar novas nuances de um papel que eu conheço bem”, ressalta.

Natural de São Paulo, Ju fez sua estreia na tevê de forma tímida, em meados dos anos 1990, na dramática “Razão de Viver”, do SBT. Nos anos 2000, trabalhou em humorísticos como “Ô Coitado”, da mesma emissora, e “Acampamento Legal”, da Record.

Mais recentemente, começou sua aproximação com a Globo em produções como “Em Família”, “Liberdade, Liberdade” e “Bom Sucesso”, além de fazer parte do elenco de séries como “Psi”, da HBO, e “Feras”, da MTV. Além de atriz, a carreira musical pulsa forte na vida de Ju.

Inclusive, com o fim de “No Rancho Fundo” previsto para novembro, ela já arquiteta sua volta aos palcos e tem em mente alguns projetos para desenvolver em sua própria produtora, a Black Umbrella.

“Amo cantar! Faço o espetáculo musical ‘Viva o Povo Brasileiro’ e também tenho um trio musical com meus dois filhos, Gabriel e Alexandre, onde fazemos releituras, na onda do jazz, samba e MPB”, explica.

A Quintilha está no seleto grupo de personagens de “Mar do Sertão” que foram reativados em “No Rancho Fundo”. Qual foi a sensação de retomar este papel?
Uma felicidade imensa. Embora sempre esteja pensando no próximo projeto, algumas personagens acabam marcando de forma mais profunda. E poder reviver a Quintilha, saber o que aconteceu com ela depois do fim de “Mar do Sertão” é um grande privilégio. Quando a gente se afeiçoa a um papel, sempre existe essa curiosidade. Além disso, é um ambiente que eu já conhecia.

Isso facilitou seu trabalho?
Com certeza. Ter estado na pele da Quintilha me favorece como atriz porque tenho uma base de onde partir, criada por mim mesma. Ou seja: tenho apropriação dessa personagem, não estou às cegas. É claro que, assim como todos os personagens que voltaram, ela também está em situação e contexto novos. Então, estou pisando em terreno conhecido, mas muito empolgada também com essas novas nuances.

Qual você foi a principal mudança da personagem entre uma novela e outra?
Ela está mais ambiciosa. Quintilha retorna rica, refinada e com outro status social. Antes ela tinha uma pousada, agora ela é a proprietária do maior hotel da cidade e essa situação financeira confere a ela maior ambição, um círculo de relações mais abrangente e, portanto, mais tramas que irão trazer outras camadas, humanizando e apresentando mais complexidades. Gosto também do fato dela ter uma história de amor só para ela dentro da novela. Esse retorno tem um destaque maior e toca em algumas questões importantes.

Quais?
Trata-se de uma mulher preta, madura, independente, que construiu sua trajetória e que é senhora de si. Quintilha buscou refinamento, conquistou sua autonomia econômica e agora vive um romance, plena de desejos e satisfação afetiva. Essa é uma referência da maior importância para todas nós, mulheres brasileiras, principalmente porque aponta para um reposicionamento na pirâmide social, onde a mulher preta se desloca da base, para ocupar outras posições.

Como você avalia o avanço no retrato da mulher preta na teledramaturgia?
Ainda que sejam produtos de entretenimento, uma produção artística exerce grande influência em seu público. A dramaturgia, as novelas brasileiras, trazem costumes, comportamentos, críticas sociais, políticas, religiosas que podem despertar no espectador, reflexões importantes para nossa formação enquanto sociedade. Como atriz, é um momento muito importante, uma vez que ainda é novo para nós, atrizes pretas, estarmos nas tramas em papéis relevantes e que não sejam engessados em estereótipos. Estou feliz em fazer parte dessa movimentação.

“No Rancho Fundo” – Globo – de segunda a sábado, às 18h20.

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