Cineasta Nelly Kaplan, ícone da Nouvelle Vague, morre de Covid-19
Cineasta ficou famosa com "La Fiancée du Pirate", exibido no Festival de Veneza de 1969
A cineasta franco-argentina Nelly Kaplan, ícone da "Nouvelle Vague" e diretora de "La Fiancée du Pirate", faleceu nesta quinta-feira aos 89 anos, vítima da covid-19, em um hospital de Genebra.
De acordo com um de seus familiares, François Martinet, Kaplan havia acompanhado o companheiro, o ator e produtor Claude Makowski, à Suíça, onde este faleceu em agosto em consequência do mal de Parkinson. Desde então, a diretora, que também se destacou como escritora anarcofeminista, permaneceu em uma casa de repouso, onde contraiu covid-19.
Kaplan era de uma família de judeus russos. Nasceu em Buenos Aires e aos 22 anos se mudou para a França, onde começou a colaborar com o diretor Abel Gance ("Napoleon").
Ela ficou famosa com "La Fiancée du Pirate", exibido no Festival de Veneza de 1969.
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Dirigiu outros filmes, como "Papa, les petits bateaux…" (1971) e "Charles et Lucie" (1979), assim como documentários sobre artistas consagrados (Pablo Picasso, Gustave Moreau, Abel Gance, André Masson, Victor Hugo).
Ela teve relacionamentos com vários escritores, como o surrealista André Breton.
Escreveu textos eróticos que chocaram a censura. Em 1974, publicou sob pseudônimo o romance "Mémoires d'une liseuse de draps".