Cineteatro do Parque voltará a oferecer programação regular de cinema após 14 anos
De acordo com a Prefeitura, voltarão a ser exibidos, no mês de março, filmes locais e nacionais a preços populares, com sessões de segunda a quarta
Depois de 14 anos, o Cineteatro do Parque, no Centro do Recife, voltará a oferecer sessões de cinema a preços populares, no próximo mês de março, como tradicionalmente fazia.
Desde sua reinauguração, em 2020, quando o equipamento voltou a ser aberto ao público, cessando um hiato de uma década fora de atividade devido a reformas e atrasos em licitações, apenas algumas sessões de cinema foram exibidas, entre elas, o pré-lançamento do filme "Retratos Fantasmas", de Kleber Mendonça Filho.
A partir do mês de março, a programação regular de cinema, enfim, volta à atividade, informa a Secretaria de Cultura (Secult) e a Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR).
As sessões serão exibidas de segunda a quarta-feira, com os preços populares que foram marca registrada do Cineteatro do Parque no passado, notadamente durante a gestão do saudoso programador Geraldo Pinho Alves e os que o sucederam.
Com instalações e maquinário técnico de última geração, o local vem sendo contemplado com programações de audiovisual regulares, promovidas pela sociedade civil e também realizadas ou articuladas pelo poder público municipal, contemplando desde pré-estreias nacionais, como a dos filmes Simplesmente Mãe Elda, A Viagem de Pedro, King Kong em Asunción e, mais recentemente, com pré-estreia e sessões especiais de Retratos Fantasmas, quando disputava indicação ao Oscar, sempre a preços populares.
O audiovisual pernambucano e brasileiro foi ainda celebrado em diversas outras ocasiões e pautas, nos últimos dois anos, como a Semana do Audiovisual Negro, Festival MOV, Festival Animage, Mostra Maré, Recifest, Cine PE, Janela de Cinema, entre outros.
"Serão oferecidas sessões semanais, prestigiando, especialmente, a produção audiovisual local e nacional, mas também celebrando a história do cinema do mundo e apresentando novidades da telona para todos os perfis de públicos, sob os cuidados de uma curadoria, a preços populares", detalhou a gestão municipal.
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Fomento à produção nacional e local
A curadoria do Cineteatro do Parque deve privilegiar o cinema nacional, com especial olhar para a produção pernambucana, sob coordenação de Luciana Poncioni, que atualmente responde pelo segmento de cinema na FCCR e deve participar do processo de curadoria, com contribuições externas.
"Haverá, inclusive, um olhar atento à produção audiovisual local viabilizada por editais públicos de fomento, a exemplo do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), que é municipal e abre inscrições do novo edital neste mês, que disponibiliza R$ 1,5 milhão para o setor, e a Lei Paulo Gustavo, com recursos federais já pagos aos projetos selecionados por pareceristas – no segmento foram 84 aprovados", explica a gestão.
Cineteatro Apolo
Outro equipamento que deve voltar a exibir cinema é o Teatro Apolo, que era Cineteatro até 2015.Segundo a Prefeitura, o espaço será um dos próximos a receber benfeitorias da ação MOVE Cultura, com recursos da Lei Paulo Gustavo.
"Este importante e histórico espaço cultural recifense tem, no planejamento da Secult/FCCR, a perspectiva de reassumir o seu papel original de Cineteatro, estando este investimento para tal fim previsto nos recursos da Lei Paulo Gustavo", detalha a nota da gestão municipal de Cultura.
História do CineTeatro do Parque
O Parque inaugurou seu cinema em 24 de novembro de 1921, com apresentação de seis atos de “A filha do tigre”, produção da Fox protagonizada pela atriz Pearl White, e dois atos da comédia “Agarra-me”.
De 1929 a 1959, entrou no circuito de filmes falados, projetando produções da Disney e algumas chanchadas brasileiras (comédias musicais, misturadas com elementos de filmes policiais e de ficção científica). Foi lá que o filme “A divina dama” deu início ao cinema sonoro no Recife, no dia 24 de março de 1930.
Em 1973, já após restauração e revogação de decreto que suspendeu o cinema por quase 15 anos, o Teatro do Parque passou a ser o primeiro Cinema Educativo Permanente do Brasil. O início dessa era foi com a estreia do filme “Panorama do Cinema Brasileiro”, em 2 de dezembro daquele ano, que teve sessões gratuitas para o público em dois horários por dia. "Educação pela Imagem" foi o slogan escolhido.