Claude Troisgros comenta final de "Mestre do Sabor": "Vai contar sorte e sangue frio"
Os chefs Ana Zambelli, Dário Costa, Júnior Marinho e Serginho Jucá disputam o prêmio de R$ 250 mil
A segunda temporada reality show gastronômico “Mestre do Sabor” se despede hoje do público. Após 12 episódios gravados antes da pandemia, a final do programa será transmitida ao vivo, diretamente dos Estúdios Globo, às 22h39, com quatro chefs na disputa pelo prêmio de R$ 250 mil.
Entre os 18 participantes que entraram na competição, vindos de diferentes regiões do Brasil, só restaram Ana Zambelli, Dário Costa, Júnior Marinho e Serginho Jucá. O quarteto passará por duas etapas. Na primeira, todos cozinham e os dois melhores seguem na disputa. A segunda definirá o grande campeão.
“Todos os participantes que estão chegando nessa fase final do programa têm um nível muito bom. E acredito que é igualmente positivo ver que temos personalidades bem diferentes, representando cozinhas regionais brasileiras. Na decisão, além do talento, vai contar também sorte e sangue frio para concluir as provas com a qualidade esperada no tempo certo”, avalia o chef francês Claude Troisgros. Ele divide a apresentação do programa com Batista. Nesta temporada, a dupla também contou com a colaboração de Monique Alfradique para mostrar os bastidores e explicar as regras.
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Para garantir a segurança durante o embate final, mudanças foram adotadas no cenário e nas provas. Os finalistas, assim como os apresentadores e os mestres Kátia Barbosa, Leo Paixão, Rafa Costa e Silva, seguirão um protocolo especial. O programa, que estreou em abril, já precisou passar por outros ajustes em função da Covid-19. Durante as gravações, o técnico português José Avillez precisou voltar para a Europa e foi substituído por Rafael Costa. A produção também teve que abrir mão da plateia.
Apesar das adaptações, Claude acredita que o impacto da pandemia não foi negativo para o reality. “Percebo que a quarentena aproximou as pessoas da gastronomia, seja porque precisaram começar a cozinhar, seja porque já cozinhavam e com mais tempo em casa puderam se dedicar mais. Então, acredito que a gastronomia está realmente sendo valorizada neste período”, defende o cozinheiro, que chegou ao Brasil em 1979 e, desde 2004, apresenta programas gastronômicos na TV.
Sobre a comparação entre a primeira e a segunda temporada do “Mestre do Sabor”, o apresentador acredita que houve um claro amadurecimento. “Acho que na primeira temporada, por ser algo novo, estávamos todos buscando entender o formato do programa, as etapas, as provas, tudo. Os candidatos que chegaram nesta segunda temporada já haviam assistido ao programa, entendiam a dinâmica das provas e isso lhes deu a oportunidade de conhecer os momentos críticos”, comenta.
Entrevista com Claude Troisgros
Qual foi o momento mais marcante desta temporada do “Mestre do Sabor” para você?
Os momentos quando os mestres escolhem quem vai sair do programa, quem será eliminado, são marcantes para mim. Isso mexe muito com a gente, principalmente no decorrer do programa, quando começamos a ter uma certa afinidade com nossos cozinheiros. Eu fiquei bastante mexido, pessoalmente, quando a Gi Nacarato (chef residente no Recife) foi embora, pois tinha um carinho especial por ela. É uma grande cozinheira. São sempre momentos difíceis, que emocionam muito.
Fora do programa, você costuma manter contato com os competidores eliminados?
Da última temporada ficaram laços fortes. A Carol Albuquerque, por exemplo, agora trabalha comigo em São Paulo, chefiando a cozinha do Chez Claude, que deve abrir mês que vem.
Depois de anos trabalhando na TV fechada, você sentiu alguma diferença quando chegou na TV aberta?
Senti claramente um movimento na estreia da primeira temporada. Tenho que agradecer porque meus restaurantes sempre estiveram cheios, mas eu e Batista percebemos o crescimento de um público novo. Pessoas que chegam e nos procuram, fazem questão de demonstrar o carinho que têm pela gente.
Você e o Batista formam uma dupla bastante entrosada. Qual é a importância dessa parceria para o bom andamento do programa?
O Batista é um irmão. Nos conhecemos há quase 40 anos e nossa relação é de amizade, confiança e muito respeito. A gente só precisa se olhar pra saber o que que o outro está pensando e quer.
É quase inevitável a comparação com o “MasterChef” e outras competições gastronômicas televisivas. Duas temporadas depois, você acredita que o "Mestre do Sabor" conseguiu firmar uma identidade própria? O que diferencia o projeto de vocês dos demais?
O Mestre do Sabor prima por valorizar a cozinha brasileira, pequenos produtores e mostrar para o público que é possível criar grandes pratos a partir de ingredientes que frequentam a mesa dos brasileiros. O programa quer levar emoção para as pessoas, mas aquela emoção boa, respeitando todos os participantes.