Com 30 anos de carreira, ator pernambucano estreia seu primeiro protagonista no cinema em 2023
Alexandre Lino vai estrelar adaptação de "O Porteiro", comédia de sucesso no teatro, em longa-metragem dirigido por Paulo Fontenelle
A trajetória de Alexandre Lino é semelhante a de tantos outros nordestinos. Em 1993, saiu de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, rumo ao Rio de Janeiro, para estudar atuação e conseguir viver da sua arte. Quase três décadas depois, o ator se prepara para um momento singular na carreira.
Desde que colocou os pés na capital fluminense, Lino subiu ao palco em diversos espetáculos teatrais, incluindo alguns monólogos. No audiovisual, seu currículo também é extenso e inclui novelas, como “Um Lugar ao Sol”, “Além da Ilusão” e “Amor Sem Igual”, e filmes, como “Alemão 2” e “Apaixonados: O Filme”. Em todos esses trabalhos para o audiovisual, no entanto, deu vida a personagens secundários.
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Protagonista pela primeira vez
Em “O Porteiro”, comédia que deve chegar às salas de cinema no próximo ano, Alexandre tem a chance de protagonizar um longa-metragem pela primeira vez. Com direção e roteiro de Paulo Fontenelle (“Divã a 2” e “Se Puder…Dirija!”), o filme é uma adaptação da peça de teatro homônima que o ator pernambucano leva aos palcos há cinco anos.
Waldisney, o porteiro que Alexandre interpreta em cena, nasceu após duas outras peças teatrais em que o ator tratava das histórias de nordestinos que buscaram realizar seus sonhos longe de casa. “Queria encontrar algo que fechasse o que eu chamo de Trilogia Nordestina. Pensando em quem poderia ser um símbolo desse migrante, lembrei da figura do porteiro, que eu já havia vivido na TV, na publicidade e no cinema”, afirma o artista, em entrevista à Folha de Pernambuco.
Elenco do filme "O Porteiro". Foto: Janderson Pires/Divulgação
Sucesso de público
Ao lado de Fontenelle, que também é autor e diretor da peça, o pernambucano ouviu diversos profissionais que trabalham nas portarias de prédios cariocas. O farto material de relatos garantiu a criação de um espetáculo de sucesso, visto por mais de 100 mil pessoas em quase 40 cidades brasileiras. O caminho da adaptação para o cinema, segundo Alexandre, parecia natural.
“Quando percebemos que ‘O Porteiro’ havia alcançado uma dimensão já grande enquanto espetáculo, sentimos que era o momento de uma transposição que nos fizesse atingir uma possibilidades de diálogo com o público ainda maior. E foi muito feliz ter comigo um diretor e dramaturgo que também atua no audiovisual”, relata.
Profissão "invisível" ganha holofote
Assim como acontece com a peça, a ideia do filme é dar destaque a um tipo de personagem que na ficção costuma ser sub-representado. Alexandre conta que acabou criando uma relação de amizade com muitos desses trabalhadores. Todos os anos, em 9 de junho, quando é celebrado o Dia Nacional do Porteiro, ele faz questão de homenageá-los com apresentações do espetáculo.
As filmagens do longa-metragem ocorreram no Rio de Janeiro, no mês de junho, ao longo de três semanas. No elenco, estão nomes como Cacau Protásio, Suely Franco, Maurício Manfrini, Aline Campos, Daniela Fontan, Rosane Gofman, Juliana Martins e o lutador de MMA José Aldo. “Estamos no processo de corte e edição. Já temos um primeiro tratamento e, agora, é partir para a finalização e lançamento no ano que vem”, adianta.
Para a versão cinematográfica, Paulo Fontenelle preservou a base de histórias que foram coletadas para a peça, mas acrescentou novas tramas ao roteiro. “No espetáculo, Waldisney preside uma reunião de condomínio, porque o síndico não chega. Isso existe no filme como cena, mas temos um outro fio condutor, que vai revelando o dia a dia desse prédio e a própria história do protagonista”, compartilha.