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Cinema na pandemia

Com baixo orçamento, coletivo pernambucano produz curtas na pandemia

Gambia Rec Produções nasceu do encontro de quatro artistas iniciantes no audiovisual

Bastidores de gravações da Gambia ProduçõesBastidores de gravações da Gambia Produções - Foto: Divulgação

Com salas de cinemas fechadas e gravações paralisadas, a produção cinematográfica no Brasil caiu drasticamente em função da pandemia de Covid-19. O cenário não é nada animador para os profissionais do setor e muito menos para quem está dando os primeiros passos no mundo da sétima arte. Um grupo de artistas em formação do Recife, no entanto, resolveu driblar a crise e se lançar na produção audiovisual de forma independente. 

Criada em novembro do ano passado, a Gambia Rec Produções nasceu do encontro entre quatro alunos de uma escola de artes da Capital pernambucana. Mel de Castro, Stephan Levita, Vitor Ribeiro e Carolina Queiroz resolveram colocar em prática o que aprenderam em sala de aula. “Como estamos iniciando nossas carreiras, sabíamos que os convites de trabalho seriam difíceis. Então, por que não criarmos nossa próprias oportunidades?”, comenta Stephan. 

O primeiro curta-metragem do coletivo, “Dois para o saguão”, foi lançado em janeiro e, de lá para cá, outros três filmes foram publicados no YouTube: “Um por um”, “Promiscuidade ética” e “Clara obsessão”. A realização teve que se adaptar ao baixo orçamento e às restrições impostas pela pandemia. A equipe envolvida nas filmagens é sempre a menor possível. “A gente vem trabalhando com um ou dois atores, além de duas pessoas nos bastidores. Sempre mantendo o distanciamento, usando máscaras e outras orientações do protocolo de segurança”, assegura.

Todo o processo de criação é tocado pelo quarteto. Isso exigiu que os artistas buscassem conhecimentos que ainda não tinham. Stephan, por exemplo, é ator por formação, mas sentiu a necessidade de aprender noções de edição de vídeo para conseguir dar suporte na finalização dos curtas. Os demais integrantes estudam cinema e audiovisual. Outros alunos do curso de interpretação da mesma escola estrelam os filmes. Os envolvidos são profissionais de outras áreas, como advogados, farmacêutico e gerente comercial, que passaram a experimentar a arte cinematográfica recentemente.

“Percebemos uma certa evolução na nossa qualidade de produção. No nosso primeiro curta vimos muitas falhas técnicas. Isso acabou servindo de espelho para a gente melhorar. É um trabalho desafiador. Mesmo sem tantas ferramentas disponíveis, a gente tenta se virar como pode”, aponta.

A aprovação de três roteiros pela Lei Aldir Blanc garantiu ao coletivo a possibilidade de adquirir melhores equipamentos de filmagem, som e iluminação. Os demais custos das produções saem dos bolsos dos próprios artistas, que em breve devem apresentar mais dois filmes. “Respiro”, de Carolina Queiroz, já está sendo finalizado e deve ir ao ar na próxima semana. Já “Inferno Abacaxi”, de Mel de Castro, aguarda uma melhora nos números da pandemia em Pernambuco para que as filmagens sejam iniciadas.

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