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Crítica

Com Dustin Hoffman, "O Labirinto" traz dois filmes dentro de um só

Thriller dirigido pelo italiano Donato Carrisi traz ainda o ator Toni Servillo no elenco

Filme "O Labirinto"Filme "O Labirinto" - Foto: Divulgação

Se nenhum outro motivo houvesse, assistir a “O Labirinto” - que chega hoje aos cinemas brasileiros - já valeria a pena apenas pela presença de dois nomes: Dustin Hoffman e Toni Servillo. O norte-americano vencedor de dois Oscars e o italiano astro dos filmes de Paolo Sorrentino são os protagonistas - e brilham como tais - deste thriller surpreendente e angustiante. 

O longa-metragem é o segundo trabalho de direção do escritor e cineasta italiano Donato Carrisi. Após “A Garota da Névoa” (2018), mais uma vez ele adapta para a tela grande um livro de sua própria autoria. A nova obra parte do sequestro da jovem Samantha (Valentina Bellè), que reaparece após 15 anos, largada à beira de uma estrada. 

A garota acorda em uma cama de hospital, com a perna quebrada e sem memória. Ao seu lado, o analista Dr. Green (Hoffman) faz uma série de perguntas na tentativa de fazê-la relembrar o que aconteceu. Enquanto isso, o detetive particular Bruno Genko (Servillo) convive com o diagnóstico médico de que pode morrer a qualquer momento. Como último trabalho da sua vida, ele tenta desvendar o desaparecimento de Samantha, um caso do passado nunca solucionado. 

Usando métodos distintos, os personagens buscam alcançar a mesma meta: descobrir a identidade do sequestrador. As duas tramas correm em paralelo, com diferenças tão grandes que a impressão é de estar assistindo a dois filmes dentro de um só, sendo que um deles alcança melhor desempenho do que o outro. 

O núcleo de Genko abraça a ideia de um filme noir, com todo o seu suspense e personagens saídos de um submundo grotesco. Já as cenas com o Dr. Green transitam entre uma tensão puramente psicológica, durante o interrogatório no hospital, e algo ao estilo “Jogos Mortais”, quando Samantha revive os momentos dentro do labirinto onde esteve aprisionada. 

Acompanhar o investigador em sua tenebrosa caçada a um criminoso que usa como disfarce uma máscara de coelho é uma experiência bem mais instigante do que observar os diálogos entre o médico e sua paciente. Embora a trama protagonizada por Hoffman possua uma reviravolta interessante no final, no restante do tempo ela é construída de forma superficial e repetitiva. 

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