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Excesso de paz e amor deixa o BBB 22 menos atraente

Ao contrário das duas últimas edições, que começaram fervendo com polêmicas e brigas, os competidores de agora já trocaram muitos elogios

Tadeu Schmidt é o apresentador do BBB 22 Tadeu Schmidt é o apresentador do BBB 22  - Foto: Divulgação

Não tem jeito: quem assiste a realities de confinamento espera conflitos entre os participantes e grandes embates nos dias de votação e eliminação. O “Big Brother Brasil 22”, no entanto, não mostra essa energia até agora.

Ao contrário das duas últimas edições, que começaram fervendo com polêmicas e brigas, os competidores de agora já trocaram muitos elogios, prometeram criar clima de paz e amor diante do tradicional jogo da discórdia de segunda-feira e evitam o clima de pegação típico das festas nas primeiras semanas. Ou seja: parece até que nunca foram telespectadores deste tipo de entretenimento.

A escolha dos participantes se deu da mesma forma que em 2020 e 2021: metade do grupo é da galera da pipoca, formada por anônimos que supostamente se inscrevem para estarem ali. Já a outra envolve pessoas que experimentaram a fama em alguma dimensão. Nesse bolo, entram influenciadores digitais – que nem sempre são conhecidos da grande massa, como Jade Picon, que atua nas redes sociais desde criança –, atores, cantores e até atletas.

Sobra espaço, então, para quem tenta mudar a imagem, como Arthur Aguiar, que acabou tendo expostos na mídia seus problemas conjugais com a esposa, a ex-BBB Maíra Cardi, e foi dispensado pela Record em “Gênesis”, quando estava escalado para dar vida ao sofrido José do Egito, personagem principal da última fase da novela bíblica.

Como de costume, o elenco aposta na diversidade. Há participantes de diferentes regiões do país – embora nenhum seja do Norte e a grande maioria, 13 deles, tenha vindo do Sudeste. Quanto à sexualidade, bissexuais entraram na lista, assim como gays e até uma trans, a Lina da Quebrada.

Com isso, o “Big Brother Brasil 22” abre as portas para a discussão de temas que andam bastante em debate nos últimos anos, como a transfobia. Lina já foi tratada no masculino algumas vezes, a ponto do próprio apresentador, Tadeu Schmidt, intervir e puxar a orelha dos confinados. Mesmo porque, verdade seja dita, estranho é alguém olhar uma mulher como Lina e enxergar qualquer traço de masculinidade ali.

É claro que quem aceita esse tipo de exposição sabe que será julgado o tempo inteiro pelos telespectadores. Mas, durante a participação no programa, o julgamento que acontece dentro da casa é o que parece desestabilizar mais os competidores.

Luciano, por exemplo, foi criticado por almejar a fama. Mas o óbvio é que alguém que despreze a fama se distancie de programas como o “BBB”. O Brasil não é só um país enorme, mas também com realidades bem distintas.

Ninguém é obrigado a saber de tudo, mas um programa como o “Big Brother Brasil” também expõe as fragilidades da educação no país. Daí o deslumbre e até algumas falas equivocadas. Em 2022, até a escravidão, um dos problemas que mais deixaram consequências na história nacional, foi romantizada – e por uma pessoa negra.

A verdade é que, na maioria dos dias, o “BBB 22” tem sido bem mais interessante de se acompanhar nas redes sociais do que pela televisão. Memes com Naiara Azevedo e Jade Picon se tornam cada vez mais comuns.

Luana Piovani, ex-mulher de Pedro Scooby, já tirou onda de quem achava que ela se tornaria fiscal do programa por conta da entrada de seu ex ali e Maíra Cardi deu bronca no marido porque ele comeu pão na casa.

Há até uma teoria rolando sobre a participação de Tiago Abravanel no jogo. Internautas brincam que essa seria uma estratégia do SBT – ele é neto de Silvio Santos – para prejudicar o programa. Isso porque parte dele os maiores esforços para conter qualquer tipo de explosão que possa acontecer entre o grupo. Sendo legal demais, Tiago acaba prejudicando – e muito – a repercussão do “Big Brother Brasil 22”.

 

"Big Brother Brasil 22” – Globo – Diariamente, após “Um Lugar ao Sol” e, aos domingos, após o “Fantástico”.

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