internacional

Comitê do Prêmio Nobel afirma que Rússia tenta 'silenciar' Muratov

O motivo seria a inclusão de Dmitri Muratov na lista de "agentes estrangeiros"

Jornalista russo Dmitri Muratov com sua medalha do Nobel leiloada para ajudar crianças ucranianas deslocadas pelo conflito Jornalista russo Dmitri Muratov com sua medalha do Nobel leiloada para ajudar crianças ucranianas deslocadas pelo conflito  - Foto: Michael M. Santiago / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O Comitê Norueguês que define o vencedor do Nobel da Paz afirmou neste sábado (2) que as autoridades russas estão tentando “silenciar” Dmitri Muratov, que recebeu o prêmio em 2021, depois que o jornalista foi incluído na lista de “agentes estrangeiros”.

“Dmitri Muratov foi agraciado com o prêmio Nobel da Paz em 2021 por seus esforços para promover a liberdade de expressão e a liberdade de informação, assim como o jornalismo independente”, afirmou Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, em um comunicado .

“É triste que as autoridades russas tentem silenciá-lo agora. As acusações contra ele têm motivação política”, acrescentou.

Reiss-Andersen destacou que o Comitê Norueguês do Nobel "continua apoiando o trabalho importante" de Muratov e do jornal que dirige, Novaya Gazeta, principal publicação independente da Rússia.

O Ministério russo da Justiça incluiu na sexta-feira Muratov na lista de “agentes estrangeiros”, uma designação que as autoridades usam para reprimir vozes críticas a Moscou.

Segundo o ministério, Muratov "usou plataformas estrangeiras para divulgar opiniões destinadas a criar uma atitude negativa em relação à política interna e externa da Federação Russa".

Também acusou Muratov de criar e distribuir conteúdo de outros "agentes estrangeiros".

Muratov recebeu em 2021 o Prêmio Nobel da Paz em conjunto com a filipina Maria Ressa, em reconhecimento pela luta ambos em prol da liberdade de expressão.

O jornalista dedicou o prêmio aos repórteres da Novaya Gazeta que morreram no exercício da profissão.

Desde 2000, seis jornalistas e colaboradores da Novaya Gazeta foram assassinados, incluindo a renomada repórter investigativa Anna Politkovskaya.

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