Como é o documentário sobre o Titan, que implodiu ao tentar chegar aos destroços do Titanic
Produção da rede televisão britânica Channel 5 traz sons de batidas gravados pela Força Aérea Canadense durante as buscas e entrevista com CEO da OceanGate Expeditions, responsável pela embarcação
Ainda não disponível em locais fora do Reino Unido, o documentário "Minute by minute: the Titan sub disaster" ("Minuto por Minuto: o desastre do submersível Titan", em tradução livre) foi lançado na última quinta-feira (7), e reconstitui os últimos momentos da embarcação criado pela empresa Ocean Gate, que vitimou os cinco passageiros que tentavam chegar aos destroços do Titanic.
Divido em duas partes, o documentário produzido pela rede televisão britânica Channel 5 traz gravações da Força Aérea Canadense e entrevistas com especialistas em mergulho em alto mar.
Os áudios, obtidos com exclusividade pela produção, trazem sons de batidas, o que apontaria o desespero dos integrantes da expedição, contrariando a tese inicial de que os ocupantes não teriam sentido a implosão da embarcação.
Os ruídos foram identificados por aviões canadenses que sobrevoavam o local nas buscas pelos turistas que pagaram US$ 250 mil (cerca de R$ 1,1 milhão) para se aproximar de destroços do navio Titanic, após a embarcação perder contato com a equipe da superfície em 18 de junho de 2023.
Na época, as famílias acreditaram que os sons eram a prova de que os tripulantes estavam vivos, e tentavam se comunicar através de código morse, espécie de mensagens codificadas com batidas intermitentes, representando as letras do alfabeto.
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O documentário também traz uma entrevista de Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions à St. Jonh’s Radio, do Canadá, poucas semanas antes do desastre, na qual ele brinca, sobre a segurança da expedição: "O que poderia dar errado"? Na mesma entrevista, Rush explicou que o mês de junho foi escolhido para descer ao Titanic porque as águas ao redor dos destroços estariam mais calmas.
Como aconteceu o acidente?
Foi o cargueiro Polar Prince, de bandeira canadense, que rebocou o Titan para o mar no fim de semana do desaparecimento, mas perdeu contato com ele cerca de 1 hora e 45 minutos depois que o submersível foi lançado nas profundezas do oceano.
As vítimas foram o empresário britânico Hamish Harding; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood; o fundador da OceanGate Stockton Rush; e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet.
À época, a Guarda Costeira dos EUA lançou uma investigação para entender a causa da implosão subaquática. Especialistas afirmam que a embarcação não era adequada para alcançar tanta profundidade. De acordo com peritos, o casco de fibra de carbono do submarino não era compatível para o propósito. A janela de visualização da embarcação também não havia sido certificada para mergulhos do tipo.
Destroços e supostos restos humanos do submersível Titan foram recuperados e devolvidos à terra. Os cinco passageiros da embarcação foram dados como mortos. Os restos do Titan foram encontrados num campo de ruínas no fundo do mar, a 500 metros da proa do Titanic. O naufrágio fica a quase quatro quilômetros abaixo da superfície do oceano e a mais de 640 quilômetros da costa de Terra Nova, no Canadá.