Conheça a FiV, técnica escolhida por Ludmilla e Brunna Gonçalves para engravidar
Procedimento é realizado em quatro etapas e também é indicado para casos complexos de infertilidade
A cantora Ludmilla e a bailarina Brunna Gonçalves planejam ter um bebê em 2024. Em entrevista ao Fantástico, o casal revelou que escolheu o processo de fertilização in vitro (FiV) para a gestação, que ainda não tem uma data definida. Segundo a assessoria de imprensa da cantora, à princípio, será Brunna quem engravidará.
Em novembro, elas visitaram a clínica de fertilização in vitro Conceptions Florida, em Miami, nos Estados Unidos, para entender mais sobre o processo e pensar no melhor tipo de tratamento. De acordo com o site, o estabelecimento oferece dois tratamentos:
Inseminação intrauterina (IIU): Nesta opção, o médico segue a ovulação natural de uma mulher (ciclo natural) ou recomenda uma medicação oral por cinco dias seguidos que estimula o ciclo seguido de exames de sangue e ultrassom para determinar a data precisa em que a IIU deverá ocorrer. Este tratamento pode ser feito com esperma de um doador conhecido ou anônimo.
Fertilização In Vitro (FIV): Na fertilização in vitro, existem diversas opções dependendo da preferência do indivíduo e/ou casal. O esperma usado para fertilização pode ser de doador conhecido ou anônimo. Os embriões podem ser transferidos para a mulher cujos óvulos foram utilizados para fertilização ou para a parceira (FIV recíproca).
Leia também
• Quer engravidar? Saiba por que é mais difícil na época do verão; tem relação com os espermatozoides
• Clínica visitada por Ludmilla e Brunna cobra a partir de R$ 78 mil para tratamentos
A cantora e a dançarina já passaram pelos primeiros exames necessários para fazer a fertilização. O plano é que a criança seja gerada por meio de um óvulo doado por Ludmilla.
Procedimento em 4 etapas
O procedimento não é simples e pode levar tempo até chegar à fase final. Brunna e Ludmilla estão na primeira fase, que é a realização dos exames, antes do tratamento, em que é realizado um plano imunológico, metabólico e hormonal. Além de exames de secreção vaginal e avaliação da flora vaginal, também é verificado se há alguma infecção sexualmente transmissível.
Se os exames forem bem-sucedidos, é iniciada a segunda fase: a medicação hormonal. Os medicamentos estimulam o crescimento de folículos e a liberação de até dez óvulos de uma vez, o que aumenta as chances de fecundação. As medicações podem gerar efeitos colaterais, como dor de cabeça, desconforto abdominal e mudanças de apetite ou humor. Casos graves, como trombose, sangramentos e infecções são raros, mas podem acontecer.
Na terceira fase do procedimento, as células reprodutivas são recolhidas e fecundadas em laboratório com o sêmen de um doador, que pode ser anônimo ou um parente de até quarto grau. Os embriões ficam cerca de 14 dias in vitro, até serem congelados. É neste momento que casais que querem preservar embriões saudáveis para o futuro pausam o processo.
Por fim, na menstruação seguinte, os óvulos são descongelados e implantados no útero nos dias mais férteis da menstruação, entre o 17º e 20º dia do ciclo. A recomendação é que o álcool seja evitado, assim como atividades de grande impacto e o consumo de ultraprocessados.
A taxa de sucesso pode variar de 60% em mulheres até 35 anos até 10% por volta dos 43 anos e, caso a primeira tentativa não seja bem-sucedida, o processo pode ser repetido.
Perfis que recorrem à FiV
Os tratamentos dependem da avaliação do paciente, do tempo que a pessoa tem a dificuldade de engravidar e da idade, mas a fertilização in vitro é um procedimento muito procurado por casais homoafetivos. Segundo o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Renato Fraietta, coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da instituição, a FiV também é indicada para casos mais difíceis de infertilidade.
— A fertilização é normalmente para casos mais complexos, quando existe um problema nas trompas, quando o sêmen é muito alterado, quando precisa fazer biópsia de embrião, endometriose moderada ou grave. Então são situações mais difíceis — diz Fraietta.
Fraietta explica que a biópsia é sugerida nos casos em que pelo menos uma das partes do casal tenha uma doença genética que pode ser passada para o filho.
— É indicado fazer a FIV pois é possível estudar o embrião em laboratório para selecionar um saudável — afirma.
No Brasil
De acordo com o Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), a produção de embriões humanos no país cresce a cada ano. Atualmente, 284.232 embriões estão congelados, cujos 12 foram doados para pesquisa.
Em 2022, a produção aumentou 3,02% e chegou a 43.708 células germinativas criadas nos 183 centros de reprodução humana assistida do Brasil. Foram realizados 36.474 ciclos, em que é realizado o estímulo ovariano e a retirada de oócitos para a reprodução humana assistida.
O custo da Fertilização in Vitro no Brasil pode começar em R$ 15 mil, enquanto, nos Estados Unidos, a estimativa é que os tratamentos iniciem na faixa dos R$ 50 mil.