RPG

Conheça "Dungeons & Dragons", RPG que dá nome à estreia dos cinemas desta quinta-feira (13)

Jogo de interpretação nasceu nos anos 1970 e inspirou obras como "Stranger Things" e "Caverna do Dragão"

A quarta temporada de "Stranger Things" deu foco a "Dungeons & Dragons"A quarta temporada de "Stranger Things" deu foco a "Dungeons & Dragons" - Foto: Reprodução/Netflix

Para os mais ligados na cultura pop, a marca “Dungeons & Dragons”, título do filme que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13), provavelmente soa familiar. O longa é baseado no ‘RPG de mesa’ mais popular do mundo, responsável por inspirar diversas outras obras influentes do cinema, TV, literatura e videogame. Mas mesmo carregando essa pompa, o jogo ainda é relativamente inacessível no Brasil, causando desconhecimento sobre o título fora de seu nicho - mesmo para aqueles que, sem saber, já se depararam com ele antes.

Mas o que é RPG?
Antes de entrar em detalhes sobre “D&D” (como é popularmente abreviado), é preciso saber o que exatamente é um ‘RPG’. O termo é uma sigla para “Role-Playing Game”, ou “Jogo de Interpretação” em português. A dinâmica deste tipo de game não é das mais convencionais e pode ser um pouco assustadora de início, pela sua mistura de jogo de tabuleiro com contação de histórias e improvisação.

Para jogar qualquer RPG, é preciso apenas um grupo de amigos (idealmente entre três e sete) e um conjunto de dados próprios para o jogo. Além do tradicional dado de seis lados, os kits costumam vir com dados de quatro, oito, dez, doze e vinte lados, além de outro dado com dez faces, mas contendo apenas dezenas, usando para porcentagens. Alguns grupos chegam até a utilizar mapas elaborados, miniaturas de personagens e todo tipo de apetrecho para aumentar a imersão das histórias - mas nada disso é necessário, apenas a imaginação.

Dados de RPGDados de RPG. Foto: Reprodução

Em uma sessão simples de RPG, uma pessoa do grupo assume o papel de Mestre do Jogo (do inglês, “Game Master” ou “GM”), e cria uma história a ser seguida pelos demais, que criarão seus próprios personagens para viver as aventuras, improvisando falas e ações como numa dinâmica de teatro, utilizando os dados para determinar se uma ação proposta acontece ou não com sucesso.

Entendendo “D&D”
Se RPG é um estilo de jogo, “Dungeons & Dragons” é o jogo em si - chamado de “sistema” - trazendo consigo uma temática de fantasia medieval e um conjunto de regras para ajudar os jogadores a criarem suas histórias e personagens, e rolarem seus dados com coesão.

Apesar de não ser o único sistema de RPG, “D&D” foi o pioneiro, criado em 1974 nos EUA por Gary Gygax e Dave Arneson. A brincadeira começou como um complemento a um jogo de guerra de miniaturas, mas logo se distinguiu pela sua proposta de interpretar histórias de personagens individuais ao invés de apenas formar estratégias com exércitos de brinquedo.

Na época, entretanto, tudo era mais simples. Inspirado por obras fantásticas a exemplo de “O Senhor dos Anéis", o objetivo era explorar e conquistar masmorras derrotando inimigos, com o fator “interpretação” ganhando força nas edições seguintes do sistema.

O sucesso do jogo abriu portas para toda uma gama de outros RPGs, com suas próprias regras e particularidades, seja compartilhando a mesma temática de fantasia medieval, a exemplo de “Pathfinder” e do brasileiro “Tormenta”, ou explorando diferentes histórias e gêneros, como “Call of Cthulhu", inspirado pela mitología de horror do autor H. P. Lovecraft.

No Brasil
Infelizmente, todos esses jogos ainda sofrem com acessibilidade no Brasil. Como a maioria dos sistemas estrangeiros são independentes, poucos traduzem seus materiais para a língua portuguesa. Os livros de regras que chegam ao país, como é o caso de “D&D”, propriedade da Hasbro, tem valores altos demais para ser desfrutado democraticamente, nichando ainda mais a comunidade de jogadores.

Tal dificuldade é contornada ao olharmos para o cenário nacional de RPG. Livros de sistemas brasileiros como a fantasia medieval “Tormenta” e o horror “Ordem Paranormal”, ambos da Jambô Editora, são mais acessíveis tanto em idioma quanto em custos, e possuem extensas comunidades de fãs espalhadas pelo país, dispostas até mesmo a organizar sessões virtuais para quem não dispõe de um grupo de amigos interessados em jogar.

Influência na cultura pop
Além de influenciar a criação de todo um estilo de jogo, “D&D” se tornou um fenômeno pop, servindo de inspiração para o finado desenho animado “Caverna do Dragão”, antigo sucesso das manhãs brasileiras, e para outros três filmes nos anos 2000 - todos, fracassos de crítica e público.

Após uma época fora da grande mídia, “D&D” passou a retomar sua popularidade à medida que antigos jogadores conquistaram seus espaços na indústria do entretenimento. Foi o caso da série “Stranger Things”, que trouxe o sistema como o jogo preferido das crianças e fonte dos nomes dos vilões de cada temporada.

Na mesma época, houve também a explosão dos “shows ao vivo” de “Dungeons & Dragons” nos Estados Unidos, transmitindo sessões do game ao vivo na internet. O mais popular dentre os diversos títulos é “Critical Role”, feito por atores norte-americanos, cuja história do RPG deu origem à série animada adulta “A Lenda de Vox Machina”, no Prime Video.

O fenômeno pelo Brasil não foi muito diferente. Os RPGs voltaram a ser pauta em podcasts como o “Nerdcast”, do Jovem Nerd, que eventualmente passou a produzir episódios jogando diversos RPGs, incluindo “Dungeons & Dragons”. Outro fenômeno nacional, inspirado pelas sessões ao vivo estrangeiras, é a “Ordem Paranormal”, orquestrada pelo youtuber Cellbit, que deu origem ao sistema de mesmo nome. Ambas as iniciativas, por sinal, quebraram recordes de financiamento coletivo no país.

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