Crítica do New York Times se derrete com atuação de Fernanda Torres em "Ainda Estou Aqui"
Filme de Walter Salles chega aos cinemas americanos nesta sexta-feira (17)
"Deu no New York Times", diz a canção de Jorge Ben Jor. O tradicional veículo americano publicou nesta quinta-feira (16) sua crítica para " Ainda estou aqui", drama de Walter Salles que estreia em Los Angeles e Nova York nesta sexta (17).
Com o título de "Quando a polícia invade uma casa feliz", o texto da crítica Alissa Wilkinson, é muito elogioso ao longa ao afirmar que "é fácil entender" o motivo de "Ainda estou aqui" ter se tornado um fenômeno de bilheteria nos cinemas brasileiro, onde já levou 3,4 milhões de espectadores às salas.
O texto valoriza o interesse do cinema latino-americano pela memória e considera "Ainda estou aqui" uma obra "habilmente trabalhada e ricamente filmada". A publicação destaca o trabalho de Fernanda Torres no longa.
"Em sua performance — que ganhou um Globo de Ouro e está mirando uma indicação ao Oscar — Torres atordoa. Proteger seus filhos significa se inclinar para a alegria dentro do medo, para a esperança em meio à dor. Torres entrega em sua atuação todas essas camadas de emoções, e seus olhos à procura são magnéticos", afirma a crítica.
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E o texto segue: "Mas este não é apenas um filme sobre uma mulher forte, embora certamente seja isso. É também sobre o que regimes autoritários fazem para manter as pessoas na linha, a tática totalitária de fazer as pessoas duvidarem do que sabem que viram, insistindo em mentiras descaradas."
Wilkinson lembra ainda o contexto político do Brasil: "O filme também foi lançado no momento em que surgiram detalhes de um golpe planejado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendia a ditadura militar, no poder após perder a eleição de 2022. Então a popularidade do filme não é mistério. No entanto, 'Ainda estou aqui' não se apresenta como uma simples polêmica sobre uma situação histórica e política, e esse é o segredo de seu apelo global."
Além no NYT, outros veículos americanos também vêm elogiando o longa de Walter Salles. O filme chega às salas do país com 92% de aprovação no Rotten Tomatoes. "Profundamente comovente e cativante. A direção de Walter Salles é notável em sua elegância e naturalismo", destacou a crítica de Jessica Kiang para a revista Variety. Já o crítico David Rooney, da Hollywood Reporter, afirmou: "Um filme fascinante e repleto de emoção". "Fernanda Torres é simplesmente fantástica", resumiu Chase Hutchinson, do The Wrap.
Mas também teve quem criticasse o longa nacional. No site The Playlist, o crítico Marshall Shaffer escreveu: "O humanismo de Eunice fica enterrado sob uma estrutura de roteiro banal que trata sua vida extraordinária como algo bastante comum."
"Neste trabalho, Salles falhou de alguma forma em encontrar a estrutura cinematográfica certa para esta narrativa biográfica. O filme parece descalibrado, mas não no sentido de fluir livremente ou explorar a profundidade", afirmou o Film Stage, em texto de Savina Petkova.