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Crítica: 'Homem Aranha - Longe de Casa' é aventura despretensiosa

Filme mostra o herói, vivido por Tom Holland, tentando se livrar das obrigações com os Vingadores e curtir um momento como um adolescente normal

Em no filme, Homem-Aranha enfrenta perigos na Europa Em no filme, Homem-Aranha enfrenta perigos na Europa  - Foto: Sony Pictures/Divulgação

"Homem-Aranha: Longe de Casa" chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (04), envolto em expectativas. É o primeiro filme da Marvel após "Vingadores: Ultimato", lançado em abril, e lida diretamente com as consequências dos eventos mostrados nesta última aventura. Quem estiver aguardando respostas sobre o futuro da franquia, no entanto, pode acabar se decepcionando, já que o longa-metragem funciona mais como um epílogo para o atual ciclo dos heróis nos cinemas.

O presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, já havia dito, em junho, que o novo filme do Cabeça de Teia seria, na verdade, a conclusão da Fase 3 do universo cinematográfico da empresa. O resultado visto ao longo de duas horas e nove minutos confirma a declaração do produtor. Peter Parker (Tom Holland) e quase todos com quem ele convive desapareceram junto com metade da humanidade, graças à ação de Thanos em "Vingadores: Guerra Infinita" (2018). Com o reaparecimento dessas pessoas, a sociedade ainda tenta se readaptar e seguir adiante.

Com a partida de Tony Stark (Robert Downey Jr.), Peter perdeu não apenas um parceiro de batalhas, mas também a única figura paterna que ainda possuía. Nick Furry (Samuel L. Jackson) espera que o herói aracnídeo siga o legado do Homem de Ferro e assuma o papel de enfrentar grandes inimigos. No entanto, a única coisa que o jovem deseja é deixar de lado as obrigações. Ansioso para uma excursão escolar com destino à Europa, ao lado do seu melhor amigo Ned (Jacob Batalon), ele tem apenas uma missão em mente: conquistar o coração de MJ (Zendaya).

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É claro que os planos de Peter acabam não saindo como o esperado. Ao chegar na bela Veneza, ele dá de cara com um dos Elementais, gigantes mitológicos feitos de ar, terra, água e fogo, que ameaçam destruir o planeta. Já que outros heróis estão indisponíveis e seus amigos correm risco, sua única opção é vestir o uniforme e lutar, longe dos arranha-céus de Manhattan.

É neste momento de crise que surge a ajuda de Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), também conhecido como Mysterio. Seus poderes acabam ofuscando a participação do Teioso, mas quem conhece o personagem pelos quadrinhos já sabe que de herói ele não tem nada. Há uma mensagem oculta, ainda que pouco explorada, por trás das cenas cheias de efeitos visuais. Em meio ao embate entre mocinho e vilão, o roteiro acaba tocando em temas muito atuais, como fake news e a obsessão que as pessoas têm em criar "salvadores da pátria".



"Longe de Casa" é o típico filme de férias escolares e isso não é necessariamente algo ruim. Depois de tantas perdas e momentos épicos vividos em "Vingadores: Ultimato", uma aventura jovial e divertida vai bem para a franquia. O Homem-Aranha é, desde a sua origem, um personagem que carrega essas características, que o longa consegue aproveitar bem em momentos de alívio cômico.

Algumas das cenas mais hilárias são protagonizadas por Jacob Batalon e Angourie Rice, que interpreta Betty, o amor de verão de Ned. O carisma de Tom Holland - dentro e fora de cena, protagonizando entrevistas sempre muito engraçadas - faz dele a melhor encarnação possível de Peter Parker. Já Jake Gyllenhaal faz jus às expectativas dos fãs sobre sua inclusão no universo da Marvel. Sua atuação traz contornos humanos para um vilão que poderia facilmente virar uma caricatura.

Cenas pós-créditos

Como é tradição nos filmes da Marvel, as cenas pós-créditos estão presentes na sequência de Homem-Aranha. São dois momentos curtos, mas que revelam mais sobre o que pode vir por aí do que o longa inteiro - se você não quer receber um spoiler é melhor não continuar lendo. A primeira cena adianta um pouco do que virá na terceira produção do Amigo da Vizinhança.

Para a surpresa dos fãs, Jonah Jameson, o dono do jornal Clarim Diário, aparece interpretado pelo ator J.K. Simmons, que viveu o papel na trilogia de Sam Raimi. Já a cena seguinte faz uma possível amarração com o futuro da Capitã Marvel, ao revelar Nick Furry trabalhando ao lado dos Skrulls.

Cotação
Bom

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