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entrevista

Cyndi Lauper: "Nunca contei até dez antes de falar"

A cantora americana de 71 anos embarca em uma turnê de despedida

Cyndi Lauper, que está com 71 anos, segue para turnê de despedidaCyndi Lauper, que está com 71 anos, segue para turnê de despedida - Foto: Angela Weiss/AFP

Ela foi um ícone tanto por sua atitude punk e sincera como por seus sucessos que marcaram uma época, como "Girls Just Wanna Have Fun".

Aos 71 anos, a cantora americana Cyndi Lauper embarca em uma turnê de despedida.

A série de shows a levará pela América do Norte a partir de outubro antes de seguir para a Europa em fevereiro.

Lauper vendeu mais de 50 milhões de álbuns graças a sucessos como "Time After Time" e "True Colors", sem deixar de trabalhar apesar de estar menos nos holofotes.

Em 2013, ganhou um prêmio Tony pela trilha sonora do musical da Broadway "Kinky Boots".

Pergunta : Você foi expulsa de duas escolas quando era jovem. De onde vem essa rebeldia?
Resposta: Não fui eu, foram eles! Confrontei um padre que disse que minha mãe iria para o inferno. Que tipo de pessoa diz a uma menina de oito anos que a mãe dela vai para o inferno?

Na segunda vez, perguntei a uma freira se ela ainda menstruava e me expulsaram. Eu queria sair porque naquela escola... bem, algumas pessoas não deveriam cuidar de crianças.

P: Os sucessos ainda parecem novos quando você os toca ao vivo?
R: Cada vez é diferente, mas a razão pela qual as pessoas realmente vêm é para se conectarem ao passado. Elas querem ouvir suas lembranças.

Se puder adicionar algo extra, isso é bom. Entre o ritmo e o som às vezes você consegue 'viajar'.

Essa é a melhor parte de se apresentar porque acho que as pessoas cantam para 'viajar', para se sentir melhor, para voar.

Quando eu era criança, a vizinha fazia a mesma comida todos os domingos, limpava toda a casa e à tarde sentava com um acordeão e tocava "Volare".

Eu era adolescente pensava: 'Vão me matar... Quantas vezes preciso que me lembrem que sou italiana?'

Mas agora percebo o que ela realmente dizia: "Tenho asas em meu coração".

Quando os cantores dão tudo de si, internamente estão voando.

P: O que o motivou a lutar pelos direitos dos homossexuais?
R: Sou amiga e membro dessa grande família. E não é possível ficar parada assistindo enquanto discriminam sua família.

Houve muitos progressos, mas agora há muitos retrocessos e novamente muito medo e ódio.

Penso em minha irmã Ellen, que faz parte dessa comunidade. Nunca teria feito nada sem ela.

P: Qual lembrança mais importante da sua carreira?
R: Tive que lutar por tudo o que queria, simplesmente porque não me dariam.

Não aproveitei algumas oportunidades porque queria as coisas de uma determinada maneira.

Não estava disposta a esquecer por que entrei neste mundo: para me sentir livre, não para ser um passarinho engaiolado.

O prêmio que mais significou para mim foi provavelmente o da revista Ms. [prêmio de Mulher do Ano], em 1984.

A revista foi fundada por Gloria Steinem, uma grande líder dos direitos civis.

Foi muito influente para mim enquanto eu crescia. Claro, o Tony foi importante, assim como os Grammy.

Não que eu tenha muitos Grammys, provavelmente porque nunca contei até dez antes de falar. Talvez tivesse sido uma boa ideia.

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