Teatro

"Desalinho, ensaio sobre mim": espetáculo propõe imersão a público

Peça, assinada e dirigida por Hilda Torres, é encenada nesta terça-feira (03) e quarta-feira (04) no Sesc Casa Amarela

"Desalinho, ensaio sobre mim""Desalinho, ensaio sobre mim" - Foto: Divulgação: Bea Laranjeira

Em um processo libertador, 14 mulheres transmutam suas dores em emancipação

Para a atriz, diretora de teatro e psicóloga Hilda Torres, “o sentir antes do saber” funciona como uma potente ferramenta de autoconhecimento, bem como um segmento de interseção significativo entre a Arte e a Psicologia. 

Através desta relação dialética, nasceu a peça “Desalinho, ensaio sobre mim”, assinada e dirigida por Hilda. Dividida em três módulos, a narrativa destrincha as particularidades das múltiplas experiências femininas transcorridas sob uma conjuntura patriarcal, ainda sujeita a binarismos e pressupostos arcaicos.

Com duas apresentações, nesta terça-feira (03) e quarta-feira (04),  respectivamente, o espetáculo acontece no Sesc Casa Amarela, às 20h. Os ingressos para a peça já estão disponíveis pelo Sympla, R$15 (meia) e R$ 30 (inteira).

Em entrevista à Folha de Pernambuco, a artista indicou o encontro entre seus estudos acadêmicos e sua caminhada artística como um alinhamento natural, visto que ambos compartilham da mesma qualidade terapêutica.

“Na verdade, minha carreira como atriz direcionou minha vida acadêmica. Depois, eu entendi como as duas coisas se assemelham e se relacionam”, esclareceu, enquanto pontuava o teatro como compartimento de uma série de ramificações artísticas capazes de promover a introspecção e a descarga emocional.

Processo Cênico-Terapêutico

Em uma profunda catarse, 14 mulheres retornam às suas crianças interiores e resgatam as raízes das suas dores, buscas incessantes por validação, distorções de imagem e sexualidades - desestruturando e ressignificando couraças antigas. Com o progredir das etapas, o espetáculo litiga as fronteiras da exposição, subvertendo-a em uma vulnerabilidade que causa identificação da plateia, enquanto promove certo senso de emancipação e autonomia a quem está no palco.

A princípio, as atrizes e não atrizes integram uma roda terapêutica imersiva, onde desenvolvem uma rede de pertencimento e apoio para, em seguida, iniciarem a montagem da primeira peça da proposta, na qual devem interpretar as histórias umas das outras como se fossem as suas. Por último, com a culminância do terceiro módulo da Oficina de Teatro para Mulheres Cis e Trans, as participantes são encarregadas de redigir cartas autobiográficas e francas, endereçadas diretamente ao que sentem, reivindicando o protagonismo dos seus próprios enredos com assertividade.

Quando questionada sobre suas expectativas e as possíveis percepções do público, Hilda Torres permaneceu firme em sua visão. “Não tenho pretensões de decidir o que cada um irá sentir. O que eu sinto, pode ser diferente do que você sente. E tudo bem! Espero que possam extrair da peça os seus sentimentos, quaisquer que sejam”, afirmou, antes de ressaltar a pertinência da montagem para todos os públicos, e não exclusivamente para mulheres.

Serviço:

Peça “Desalinho, ensaio sobre mim”
Quando: Terça-feira (03) e quarta-feira (04), às 20h
Onde: No Sesc de Casa Amarela
Ingressos: R$15 e R$ 30,
à venda pelo Sympla e na bilheteria uma hora antes das apresentações

Veja também

"Pinguim": o que esperar da nova série da Max derivada de Batman
Crítica

"Pinguim": o que esperar da nova série da Max derivada de Batman

Projota chora ao falar sobre assalto em casa: ''Era difícil de entender. Parecia um pesadelo''
ASSALTO

Projota chora ao falar sobre assalto em casa: ''Era difícil de entender. Parecia um pesadelo''

Newsletter