Documentário israelense relembra atentado em festival de música eletrônica
Intitulado "Nova", o filme tem duração de 52 minutoso e o cineasta recolheu 212 vídeos
Um cineasta israelense exibiu para um grupo de jornalistas em Jerusalém, nesta quarta-feira (20), um documentário sobre o sangrento ataque do Hamas contra o festival de música eletrônica Tribe of Nova, em 7 de outubro, no qual morreram 350 pessoas.
O filme, intitulado "Nova" e que tem duração de 52 minutos, recorda o acontecimento trágico vivido pelos 3.000 participantes que compareceram à festa, realizada a cerca de cinco quilômetros da Faixa de Gaza, um território palestino submetido a um rigoroso bloqueio israelense desde 2007.
A celebração se transformou em um massacre diante do ataque de centenas combatentes do Hamas.
"Quis explicar a história de uma festa", declarou o diretor Dan Peer.
Trabalhando dia e noite nos últimos meses, o cineasta recolheu 212 vídeos para montar o filme, que também exibe mensagens de voz e imagens de câmeras de segurança a que teve acesso através dos sobreviventes do ataque.
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Peer contou que não quis mostrar os momentos mais cruéis "por respeito às vítimas", mas a ausência dessas imagens não diminui o impacto do documentário.
No filme é possível ver momentos triviais, como um grupo de amigas que troca mensagens sobre como se vestir para ir ao festival ou jovens dançando enquanto comem doces. Mas também como a situação se degenerou e se transformou em um inferno.
"Estou com muito medo", diz uma jovem ao gravar os primeiros mísseis lançados de Gaza em direção a Israel.
Logo depois, combatentes do grupo islamista palestino Hamas aparecem afirmando que iriam matar "milhares" de pessoas, enquanto parte do público ligava para os pais questionando "por que o Exército não chegava para defendê-los".
O documentário foi produzido pela empresa Kistina e será divulgado gratuitamente em todos os canais israelenses, prática incomum em Israel.
Cerca de 20 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da ofensiva israelense, enquanto 1.140 perderam a vida nos ataques do Hamas, em 7 de outubro, em Israel, que antecederam os bombardeios, segundo dados das respectivas autoridades.