Documentarista brasileiro está entre latinos na disputa pelo Oscar
"Onde Eu Moro" foi dirigido por Pedro Kos, em parceira com o norte-americano Jon Shenk
Em um momento em que o público demanda uma maior diversidade e representatividade no cinema, vários latino-americanos estão na corrida por alguns dos maiores prêmios do Oscar deste domingo. Entre eles, o brasileiro Pedro Kos, pelo documentário “Onde Eu Moro”.
O filme, que acompanha várias pessoas em situação de rua na costa oeste dos Estados Unidos, é dirigido por Kos, do Rio de Janeiro, em parceria com o americano Jon Shenk. Eles estão indicados na categoria de melhor documentário em curta-metragem.
Se o curta levar a estatueta, seria um reconhecimento para o Brasil, que no passado já participou da disputa sem sucesso: “Cidade de Deus” (2002) e “Central do Brasil” (1998) concorreram a melhor filme estrangeiro e “Democracia em Vertigem” (2019) a melhor documentário.
Já o longa “Diários de Motocicleta” (2004), do brasileiro Walter Salles, ganhou o prêmio da Academia por sua canção original, “Al otro lado del río”, do uruguaio Jorge Drexler.
Latinos nas animações
“Encanto”, da Disney, que acumula indicações a melhor animação, canção original e trilha sonora, é uma carta de amor à Colômbia com um elenco diverso que permite ao público latino-americano se ver representado na tela do cinema.
Lin-Manuel Miranda, de 42 anos e ascendência porto-riquenha, abraçou os ritmos latinos para compor a trilha sonora do filme, junto com a americana Germaine Franco, que conta com a participação dos músicos colombianos Sebastián Yatra e Carlos Vives.
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Se a música “Dos Oruguitas” vencer, Miranda entrará no exclusivo clube dos “EGOT”, os ganhadores do Emmy, Grammy, Oscar e Tony.
Outro filme que retrata a comunidade latina, a versão de Spielberg do clássico musical “Amor, Sublime Amor” colocou a americana de pai porto-riquenho Ariana DeBose, de 31 anos, na disputa pelo prêmio de melhor atriz coadjuvante.
Enquanto isso, “O Beco do Pesadelo”, do mexicano já vencedor do Oscar Guillermo del Toro, concorre a melhor filme, fotografia, direção de arte e figurino. O longa é uma parábola sobre a natureza humana que se passa nos circos dos EUA nos anos 1940.
O Chile, por sua vez, marca presença este ano com “Bestia”, indicado a melhor curta-metragem de animação. Inspirado na vida de Íngrid Olderöck, cruel torturadora da ditadura de Augusto Pinochet, o filme em stop-motion é dirigido por Hugo Covarrubias (44) e Tevo Díaz (50).
Além de “Encanto”, mais dois longas animados indicados ao Oscar contam com nomes latinos. O mexicano Carlos López Estrada é um dos quatro diretores de “Raya e o Último Dragão” e o americano de ascendência cubana Phil Lord é produtor de “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”.