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Reino Unido

Dois homens são condenados pelo roubo de vaso sanitário de ouro avaliado em R$ 20,6 milhões

Objeto, que foi transformado em obra de arte pelo artista italiano Maurizio Cattelan, havia sido levado após invasão em exposição no Palácio de Blenheim

Instalação de "America", de Maurizio Cattelan, no Museu Solomon R. Guggenheim, em Nova York, em 2016Instalação de "America", de Maurizio Cattelan, no Museu Solomon R. Guggenheim, em Nova York, em 2016 - Foto: Kristopher McKay/Guggenheim

Dois homens foram considerados culpados por um tribunal britânico, nesta terça-feira (18), pelo roubo de um vaso sanitário de ouro maciço de uma casa de campo na Inglaterra. Transformada em obra de arte pelo artista italiano Maurizio Cattelan, a privada totalmente funcional, feita de 18 quilates, foi roubada há cinco anos durante uma invasão a uma exposição de arte no Palácio de Blenheim, próximo a Oxford.

Batizada de “America”, a obra era uma das principais atrações da exposição que acontecia na mansão do século XVIII, local de nascimento de Winston Churchill, primeiro-ministro britânico durante a Segunda Guerra Mundial.

Os jurados do Tribunal da Coroa de Oxford consideraram Michael Jones, de 39 anos, culpado de roubo, e Frederick Doe, de 36 anos, culpado de conspiração para transferência de bens criminais.

O tribunal já havia ouvido que a invasão noturna, em 14 de setembro de 2019, durou apenas cinco minutos e terminou com marretas deixadas no local.

No início deste ano, um promotor afirmou que o objeto era feito de ouro avaliado em cerca de £2,8 milhões (R$ 20,6 milhões) na época, antes de ser desmontado em partes que nunca foram recuperadas.

Jones declarou anteriormente que usou o vaso sanitário no Palácio de Blenheim no dia anterior ao roubo.

Questionado sobre a experiência, ele disse ao tribunal que foi “esplêndida”.

Outro homem, James Sheen, de 40 anos, já havia se declarado culpado das acusações de roubo, conspiração para transferência de bens criminais e um crime de transferência de bens criminais.

Um outro réu, Bora Guccuk, de 41 anos, foi considerado inocente da acusação de transferência de bens criminais.

Shan Saunders, do Serviço de Promotoria da Coroa, afirmou que vestígios deixados pelos homens foram fundamentais para que a investigação prosseguisse:

— Esta foi uma invasão audaciosa, cuidadosamente planejada e executada, mas os responsáveis não foram cuidadosos o suficiente, deixando um rastro de evidências, como impressões forenses, imagens de câmeras de segurança e dados de telefone — afirmou. — E embora nenhum pedaço do ouro tenha sido recuperado, sem dúvida foi derretido ou dividido e vendido logo após ser roubado, estamos confiantes de que esta acusação ajudou a desmantelar uma rede maior de crimes e lavagem de dinheiro.

Doe será sentenciado no dia 19 de maio. As datas para a sentença de Jones e Sheen ainda não foram definidas.

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