'Duna' tem tudo para ser a franquia do momento no cinema
Filme é adaptação do romance escrito por Frank Herbert, clássico que influenciou produções audiovisuais
Publicado originalmente em 1965, o romance “Duna” tem uma incontestável importância para as narrativas de ficção científica. Apesar de ter influenciado sucessos no cinema e na televisão, como “Star Wars” e “Game of Thrones”, só agora o livro parece ter encontrado uma adaptação para as telas que lhe garanta o alcance midiático merecido. O novo filme dirigido por Denis Villeneuve, que chega nesta quinta-feira (21) aos cinemas, promete finalmente transformar o best-seller na franquia do momento.
A história criada pelo escritor norte-americano Frank Herbert é um épico feudal intergalático, capaz de agradar fãs de aventuras espaciais e admiradores de tramas medievais. Com mais de 2h30 de duração, o longa-metragem apresenta ao público um futuro distante e distópico, onde planetas são administrados por dinastias subordinadas a um império opressor.
Interpretado por Timothée Chalamet, Paul é o herdeiro da Casa Atreides, filho do duque Leto (Oscar Isaac) e de sua concubina, Lady Jessica (Rebecca Ferguson). A família é convocada pelo imperador a assumir o comando de Arrakis, planeta desértico e conflituoso, mas fundamental para os interesses do império, já que é a única fonte de uma especiaria usada, entre outras coisas, como combustível para naves espaciais.
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Uma conspiração coloca em jogo a segurança da família no novo planeta e Paul, que passa a ser visto pelos locais como uma espécie de Messias, embarca em uma jornada de sobrevivência e descobertas no ambiente desértico. Aliando temáticas políticas, religiosas e ecológicas, “Duna” ressoa problemáticas bem presentes no mundo real, como o fanatismo ideológico e os impactos devastadores do colonialismo para determinados povos.
Adaptações anteriores falharam
Essa não é a primeira vez que a obra de ficção científica ganha as telas. Em 1984, David Lynch levou ao cinema sua adaptação da história. O resultado, apesar do enorme talento do diretor, foi um retumbante fracasso. Décadas depois, em 2000, o canal pago Syfy chegou a produzir uma minissérie, que acabou passando despercebida para o grande público. Outros cineastas, como Ridley Scott e Alejandro Jodorowsky, cogitaram trabalhar com o livro, mas acabaram desistindo no caminho. Por esses antecedentes pouco felizes, a trama ganhou o rótulo de “inadaptável” por muito tempo.
Villeneuve parece ter conseguido provar que a missão de transportar a criação para a linguagem do cinema é possível, pelo menos se você tem liberdade criativa e um orçamento de 165 milhões de dólares (o equivalente a R$ 923 milhões) em mãos. Há também o mérito das opções feitas pelo diretor. Ao contrário de Lynch, o cineasta canadense decidiu dividir os acontecimentos do livro em dois longas. Embora a Warner Bros ainda não dê garantias de que fará a sequência, a escolha garantiu um primeiro filme que não se perde diante da complexidade da obra literária, com um tempo em tela que permite ao espectador conhecer esse universo ficcional sem afobações e ficar preso a ele.
O diretor deixou claro, em entrevista recente ao site IndieWire, que seu objetivo com “Duna” sempre foi fazer um filme pop e acessível, tendo em mente o público adolescente. A missão foi cumprida com maestria, já que o longa une elementos capazes de transformá-lo em um novo fenômeno cultural. Além do enredo que cativa diferentes gerações, adicione à receita um visual irretocável e um elenco afinado, com nomes que costumam ser sinônimos de boas bilheterias, como Javier Bardem, Jason Momoa, Dave Bautista e Zendaya. Ao que tudo indica, a cultuada obra de Frank Herbert está a um passo de ganhar uma nova legião de fãs.