"Dungeons & Dragons - Honra entre Rebeldes", do mundo nerd para o cinema blockbuster
O longa estreia nesta quinta-feira (13) e conta com Chris Pine, Michelle Rodriguez, Justice Smith, Sophia Lillis e Regé-Jean Page
Depois da cultura pop abraçar super-heróis, ficção científica e vídeo games, ela finalmente adaptou para o cinema o último nicho nerd que estava faltando na lista: Tabletop RPG (Role Playing Game), ou jogos de interpretação, numa tradução livre. O mais famoso entre eles, D&D, ganha sua versão para telonas, intitulada: “Dungeons & Dragons - Honra entre Rebeldes”, com estreia marcada para esta quinta-feira (13).
D&D
Criado por Gary Gygax, o jogo se encontra na quinta edição e com quase 50 anos de publicação. Atualmente, é publicado pela Wizards of the Coast, subsidiária da Hasbro, empresa conhecida pela fabricação de brinquedos. O game funciona a partir de um sistema baseado num dado de 20 lados (d20) e uma história coletiva contada entre os jogadores, que interpretam personagens dentro de uma série de raças e classes, e o mestre, que assume o comando de narrar um mundo de fantasia dentro das regras. D&D é a abreviação de Dungeons and Dragons (Masmorras e Dragões, em portugês), e ficou famoso após várias referências em filmes e séries, com uma comunidade que apenas cresce.
Honra entre Rebeldes
A trama do longa gira em torno de uma dupla de ladrões, o bardo e ex-membro do grupo Harper, Edgin Darvis (interpretado por Chris Pine), e a bárbara exilada Holga Kilgore (Michelle Rodriguez). Juntos, eles devem recuperar uma relíquia perdida para reviver a esposa de Edgin e provar sua inocência para sua filha, Kira (Chloe Coleman).
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Durante a jornada épica, as coisas vão se tornando mais perigosas à medida que eles entram em conflito com as pessoas erradas e precisam da ajuda de um elfo feiticeiro (Justice Smith), da druida Doric (Sophia Lillis) e Xenk (Regé-Jean Page), um paladino que conseguiu escapar da maldição de um lich.
O elenco também tem participações de Bradley Cooper, Hugh Grant, Daisy Head e Jason Wong. Como um jogo, a campanha de um RPG se baseia em equilibrar os pontos fortes e fracos de cada jogador. Já o filme, conta com um elenco diverso que soube usar humor, ação e fantasia, trazendo o melhor de cada ator para elevar a narrativa.
Se o enredo parece clichê, é porque ele é. Como toda aventura de RPG, a película se apropria de vários modelos de ficção (para criar seu mundo e desenvolver seus personagens) e mistura tudo para criar um enredo que, apesar de não ser tão original, com certeza é autêntico e cheio de imaginação.
Ao mesmo tempo que a obra tenta agradar os fãs mais apaixonados, que conhecem cada canto da Costa da Espada, desde Baldur's Gate até Neverwinter, através de referências e detalhes que não poderiam faltar como mimics, urso corujas e beholders, ele também serve como uma introdução para quem não sabe nada sobre o mundo dos Reinos Esquecidos. Sem se prender às regras do universo, o roteiro é inteligente e parece que foi escrito por um DM (Mestre do jogo) para seus jogadores.
Cheio de metagames, homebrews e alguns momentos que até parecem improvisados, Jonathan Goldstein e John Francis Daley (que assinam a direção e o roteiro), sabem que o segredo para filmes pipoca serem respeitados é eles mesmos não se levarem a sério demais.O resultado é uma paródia de histórias de RPG com cuidado para não parecer uma simples homenagem que vomita referências (como muitas adaptações são) e sem medo de ir mais além para criar um espetáculo que qualquer um possa aproveitar, mesmo que você nunca tenha rodado um dado na vida.