'É a novela certa para o momento', afirma Daniel Ortiz, autor de 'Haja Coração'
Remake de 'Sassaricando' será reprisado a partir desta segunda-feira, na Globo, no lugar de 'Totalmente Demais'
Primeira novela original de Daniel Ortiz, “Salve-se Quem Puder” teve sua transmissão interrompida em março, por conta da pandemia do novo coronavírus. Enquanto a trama não volta ar, o público poderá rever outro trabalho assinado pelo autor na Globo, também na faixa das 19h. A reprise de “Haja Coração” estreia nesta segunda-feira (12), substituindo “Totalmente Demais”.
Exibida originalmente em 2016, a novela foi um remake de “Sassaricando”, de Silvio de Abreu, clássico televisivo dos anos 1980. Dando um encaminhamento diferente para a história, a comédia resgata personagens como a espalhafatosa feirante Tancinha (Mariana Ximenes) e a perua Fedora Abdala (Tatá Werneck).
“Acho que essa, talvez, seja a novela certa para o momento que o Brasil vive. É uma trama leve, alegre, pulsante o tempo todo. Então, vem bem a calhar, já que estamos precisando respirar e entrar um pouco na fantasia”, comenta o autor.
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Antes de “Haja Coração”, Daniel Ortiz havia colaborado com Silvio de Abreu em “Passione” (2010) e no remake de “Guerra dos Sexos” (2012). “Fazer uma nova versão a princípio pode parecer mais fácil, porque você já tem a sinopse pronta, mas a partir do momento que você muda alguma coisa tudo tem que mudar. Acho que começar algo do zero é bem mais simples do que fazer um remake”, revela.
Tancinha representa um dos maiores sucesso das carreira de Claudia Raia, que viveu a personagem em “Sassaricando”. Para Mariana Ximenes, a tarefa de dar uma nova cara ao papel envolve uma responsabilidade profissional e afetiva. “A Claudia é uma das minhas melhores amigas e eu queria honrá-la. O trabalho dela foi extraordinário, tanto que ainda marca mesmo 30 anos depois. Ao mesmo tempo, eu precisava formatar uma Tancinha minha, que fosse contemporânea, porque o mundo mudou muito”, conta a atriz.
Na trama, a protagonista vivia dividida entre dois pretendentes. Malvino Salvador, que interpretou o mecânico Apolo, lembra com carinho do clima dos bastidores. “O Daniel conseguiu distribuir muito bem as histórias, fazendo com que todos tivessem tramas bacanas. A gente tinha muita motivação para estar ali participando e vendo o sucesso do outro. Foi um prazer trabalhar nessa novela”, aponta.
Quem também disputava o amor de Tancinha era o publicitário Beto, vivido por João Baldasserini em seu primeiro papel de destaque numa novela. “Quando peguei o personagem eu fiquei assustado, porque não tinha ideia de como era o ritmo de gravação. Foi um desafio no começo. Fui ouvindo todo mundo, desde os diretores até os meus colegas de elenco, que me ajudaram bastante”, relembra. Na primeira exibição de "Haja Coração", dois finais diferentes para o triângulo amoroso chegaram a ser gravados, mas apenas um foi ao ar. Daniel Ortiz não descarta a possibilidade de aproveitar o desfecho alternativo desta vez. "Vamos curtir a reprise e ver como as coisas fluem", despista.
Casal
Outro romance que movimentou a trama foi protagonizado pelos personagens Shirlei e Felipe, vividos por Sabrina Petraglia e Marcos Pitombo. A torcida pelo casal era tão grande que os atores chegaram a receber pressão do público para namorarem na vida real. “A gente não esperava a repercussão que houve. Foi um susto e eu fiquei um pouco desesperada. Não sei nem se estava preparada para aquilo tudo. As pessoas enlouqueceram e realmente confundiram as coisas. Eu tenho um relacionamento de quase nove anos, mas nas redes sociais todos queriam que eu ficasse com o Marcos de qualquer jeito”, recorda Sabrina.
Para Pitombo, os espectadores conseguiram detectar a cumplicidade firmada entre ele a colega de trabalho. “É muito gostoso quando a gente começa a ver que o nosso trabalho está tocando o coração das pessoas. Era uma história muito bonita e que foi crescendo de uma forma que a gente não conseguia medir. Eu e Sabrina éramos muito parceiros em cena. Acho que essa amizade foi um dos motivos de ter dado tão certo”, complementa.
A personagem Shirlei foi retirada de outra novela de Silvio de Abreu: "Torre de Babel" (1998). Generosa e dedicada à família, a irmã de Tancinha conviva com uma displasia no quadril, o que a fazia precisar de uma bota ortopédica para andar. Segundo Sabrina, a composição da personagem envolveu um trabalho corporal muito extenuante. “Todo o meu andar era a partir do quadril. Então, eu ficava torta mesmo. Foi muito difícil acertar essa marcha dela e isso me causava muita dor física”, revela.