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É dia de Globo de Ouro: Brasil é representado por indicações de 'Ainda estou aqui' e Fernanda Torres

Premiação ocorre na noite deste domingo (5), com apresentação da comediante americana Nikki Glaser

Globo de OuroGlobo de Ouro - Foto: Emma Mcintyre / Getty Images North America / Getty Images Via Afp; Divulgação

Hoje é dia de estender o tapete vermelho para a 82ª edição do Globo de Ouro, que terá transmissão no Brasil pelo canal por assinatura TNT e pelo streaming da MAX, a partir das 22h.

Após enfrentar uma crise nos últimos anos, o prêmio volta a ganhar destaque no Brasil com as indicações de “ Ainda estou aqui” e Fernanda Torres nas disputas de melhor filme de língua não-inglesa e melhor atriz de filme de drama.

Por sinal, a brasileira, que repete o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, é apontada pela revista especializada Variety como favorita em sua categoria. Mas precisará superar duas estrelas de Hollywood: Nicole Kidman, por “Babygirl”, e Angelina Jolie, por “Maria Callas”. Também estão na disputa Tilda Swinton, por “O quarto ao lado”, Kate Winslet, por “Lee”, e Pamela Anderson, por “The last showgirl”.

Com o filme, Walter Salles busca repetir o próprio feito de 1999, quando seu “Central do Brasil” foi eleito o melhor filme estrangeiro no Globo de Ouro. O cineasta também concorreu na categoria com “Abril despedaçado”, em 2002, e “Diários de motocicleta”, em 2005. Walter, inclusive, estará presente na cerimônia ao lado de Fernanda Torres, Selton Mello e dos produtores Maria Carlota Bruno e Rodrigo Teixeira.

— Em um mundo onde há uma inflação crescente de imagens, as indicações ajudam um filme independente à existir. O fato de Fernanda Torres ser a única atriz indicada em sua categoria atuando em língua não inglesa já é um prêmio — destaca por e-mail Walter Salles, que prefere não criar expectativas. — Sendo botafoguense, parto do pressuposto de que uma pessoa otimista tem boas chances de estar mal informada (risos).

Além das disputas envolvendo o Brasil, o Globo de Ouro 2025 traz “Emilia Pérez” como recordista em indicações. O longa francês de Jacques Audiard concorre em dez categorias, incluindo melhor filme comédia/musical. “O brutalista”, de Brady Corbet, e “Conclave”, de Edward Berger, vêm na sequência com sete e seis indicações, respectivamente. Já dentre as séries, os destaques são “O urso”, “Only murders in the building”, “Xógum: A gloriosa saga do Japão”, “Monstros: A história de Lyle e Erik Menendez” e “Bebê rena”.

Virando a página
Com mesas onde a bebida corre solta (fato que já rendeu discursos pra lá de divertidos por parte dos vencedores), o Globo de Ouro busca reacender a fama de “premiação mais divertida da temporada”, deixando os dias de polêmicas para trás. Em 2025, a cerimônia terá apresentação da comediante Nikki Glaser.

Vale lembrar que a premiação caiu em desgraça após uma reportagem do Los Angeles Times, publicada no início de 2021, que colocava sob suspeita a lisura da votação por causa de viagem oferecida a votantes para o set de “Emily in Paris” e também apontava que não havia negros entre os então 87 votantes.

Antes organizado pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), o Globo de Ouro chega a sua segunda edição com novo “dono” em 2025, após ser adquirido pela Dick Clark Productions. Mas várias mudanças já vinham sendo implantadas.

Busca da diversidade
Brasileira radicada em Nova York, a repórter de entretenimento e diretora da Golden Globes Foundation (entidade que substituiu a HFPA), Miriam Spritzer destaca que a associação realizou uma série de ações, como aceitar novos membros, flexibilizar exigências para filiação (não é mais necessário possuir domicílio em Los Angeles) e modificar códigos de conduta e ética. O resultado, ela diz, pode ser visto na lista celebridades que devem estar no palco hoje, com nomes como Andrew Garfield, Anya Taylor-Joy, Michelle Yeoh, Vin Diesel, Colin Farrell, Colman Domingo, Demi Moore, Elton John, Gal Gadot, Glenn Close, Jeff Goldblum, Nicolas Cage, Sharon Stone e mais.

— Passamos de 100 votantes para 340 e, hoje, o Golden Globes Group é um dos mais diversos do mundo. Foi um forte trabalho interno para realizar essas mudanças — destaca Spritzer.

O crítico Carlos Helí de Almeida aponta que, mesmo diante dos esforços no sentido de internacionalizar o corpo de votantes para além dos correspondentes radicados em Hollywood, “o Globo de Ouro continua validando o gosto mainstream”:

— Há pouco esforço para descobrir e revelar algo novo.

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