LÍNGUA

Efeito Luccas Neto? Crianças portuguesas usam expressões brasileiras e preocupam pais

Famílias portuguesas se queixam por filhos estarem usando expressões em português do Brasil em vez da do seu país

Luccas Neto é sucesso entre o público infantilLuccas Neto é sucesso entre o público infantil - Foto: Guto Costa/Divulgação

O sucesso do youtuber Luccas Neto entre o público infantil não é novidade. O conteúdo do youtuber está na ponta da língua das crianças brasileiras e agora também na das portuguesas. Esse fato chamou a atenção das famílias lusitanas: as crianças estão utilizando termos do português do Brasil em vez de usar o do seu país.

Segundo o jornal português Diário de Notícias, o comportamento foi notado após o período de confinamento devido à pandemia do novo coronavírus. Em casa por mais tempo, as crianças passaram a consumir com maior frequência conteúdos em plataformas digitais como o Youtube. Nomes do entretenimento como o de Luccas Neto logo ficaram entre os favoritos por esse público.

O youtuber realiza, neste mês, espetáculos ao vivo por Portugal. “Luccas Neto e a Escola de Aventureiros” tem como classificação indicativa seis anos, mas crianças a partir dos três anos podem assistir "desde que com bilhete e acompanhadas por um adulto". De acordo com o Diário de Notícias, a faixa etária se torna conveniente para o fenômeno da assimilação de termos brasileiros porque muitas dessas crianças ainda estão aprendendo a falar.

O fenômeno tem causado incômodo nos pais. "Todo o discurso dele é como se fosse brasileiro. Chegamos ao ponto de nos perguntarem se algum de nós era brasileiro, eu ou o pai", disse ao jornal lusitano Alexandra Patriarca, mãe de uma criança que frequenta sessões de terapia da fala. 

O Diário de Notícias exemplificou o comportamento. Laura, de três anos - sendo dois deles em confinamento -, não diz que vê um “polícia” na rua, como normalmente dizem os portugueses, mas sim um “policial”. Já a palavra “relva” é trocada por “grama”.

Iara, em uma ida ao supermercado, pediu à mãe uma “bala”. Somado a outras situações, o ocorrido acendeu um alerta para a mãe da pequena, Ana Marques. Ao jornal lusitano, ela desabafou que "não podia deixá-la sozinha com o tablet, porque apesar de ser muito autônoma, só tinha quatro anos".

Segundo o veículo, o que no começo pôde ser encarado como uma brincadeira ou motivo de piada passou a preocupar educadores infantis de Portugal. António, de quatro anos, não conseguia mais dizer os “r” nem os “i”. Alexandra Patriarca, mãe da criança, afirma ter precisado tomar medidas: "Neste momento estamos num processo de tratamento como se fosse um vício. Explicamos-lhe tudo, que ele não podia ver porque isto só o prejudica. E já notamos que está muito melhor. O que tentamos fazer agora é brincar mais com ele, bloqueamos alguns conteúdos, deixamos apenas a Netflix e tudo o que é em português de Portugal".

Repercussão no Brasil
Após a publicação do Diário de Notícias, o assunto ficou entre os mais comentados no Twitter. Enquanto alguns internautas alegam tom xenofóbico na matéria, outros brincam dizendo que o fenômeno é reparação histórica.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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