Em novo livro, Francisco Dacal reúne crônicas sobre Miguel de Cervantes
"Sonho Impossível - O Recife e Cervantes: Um Encontro de História, Cultura e Arte" foi lançado em maio
Considerada uma das mais influentes obras literárias de todos os tempos, “Dom Quixote de La Mancha” – lançada em 1605, como “O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha”, e seu segundo volume, “O engenhoso cavaleiro dom Quixote de La Mancha”, em 1615 – escrita pelo espanhol Miguel de Cervantes segue, até hoje, sendo tema de debates, estudos e releituras mundo afora.
Um dos apaixonados pela obra de Cervantes é o alagoano Francisco Dacal, que , recentemente, lançou o livro “Sonho Impossível - O Recife e Cervantes: Um Encontro de História, Cultura e Arte” (219 p.), pela Artêra Editora.
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A publicação reúne 54 crônicas que Dacal escreveu para periódicos – 24 delas publicadas pela Folha de Pernambuco – e para a revista da Academia Pernambucana de Letras. Uma das crônicas é inédita, disponibilizada ao público através do livro.
Cervantista
Administrador de empresas (UFPE) de formação, Francisco Dacal declara-se um “cervantista”. Membro da Asociación de Cervantistas, com sede em Madri, é filho de espanhóis e desde pequeno desenvolveu o gosto pela cultura hispânica.
“Eu sou cervantista muito por influência do meu pai, que era um imigrante, mas, nunca esqueceu da cultura espanhola. E ele gostava de mostrar isso para os filhos. Da minha família, o único que colocou isso em prática fui eu”, diz Dacal, o caçula de oito irmãos.
“Ainda adolescente, eu li, pela primeira vez, ‘Dom Quixote de La Mancha’ e me apaixonei pelo livro, já fiquei impressionado. A partir daí, eu sempre estava lendo, procurando saber sobre Cervantes, comecei a procurar e pesquisar livros sobre ‘Dom Quixote’, sobre Cervantes, e fui me aprofundando na história”, relembra.
Mauritsstad
Em “Sonho Impossível - O Recife e Cervantes: Um Encontro de História, Cultura e Arte”, Dacal também estabelece relações entre o escritor e dramaturgo espanhol e sua principal obra e a cidade do Recife, pela qual também se apaixonou desde que aqui chegou para cursar Administração de Empresas, pela UFPE.
Aspectos e traços da Capital pernambucana, segundo Dacal, têm influência da cultura e pensamento do Século de Ouro Espanhol (entre os séculos XVI e XVII), aqui, período colonial brasileiro, que também abrange o momento em que Recife encontrava-se sob domínio holandês, em que era “Cidade Maurícia”.
Do ponto de vista intelectual, Gilberto Freyre e Ariano Suassuna seriam os principais elos desta relação, uma vez que os escritores não só admiravam e se inspiravam na tradição literária ibérica, como também assimilavam, em suas próprias obras, características e traços dela.
Ao final do livro, Dacal apresenta a proposta “Recife Cidade Cervantina”. Desde o final de 2022, a Capital pernambucana integra a Rede de Cidades Cervantinas, que reúne diversas cidades do mundo para trabalhar a difusão da obra de Miguel de Cervantes, articuladas através do governo espanhol.