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Artes Visuais

"Entre dissonâncias e silêncios": Arte Plural abre exposição com pinturas de Antonio Mendes

Com 27 obras do artista pernambucana, mostra fica em cartaz até o dia 7 de janeiro de 2023

Antonio Mendes, artista visual pernambucanoAntonio Mendes, artista visual pernambucano - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

"Entre dissonâncias e silêncios", nova exposição individual do recifense Antonio Mendes, entra em cartaz na Arte Plural Galeria. A mostra, que tem abertura prevista para esta terça-feira (8), às 18h, reflete a incansável busca existencialista que marca a trajetória do artista visual desde os primórdios da sua carreira.

Até o dia 7 de janeiro de 2023, o visitante poderá conferir 27 obras do pernambucano. A técnica de pintura em acrílico predomina entre os quadros, com exceção de uma única serigrafia selecionada para compor o acervo.

Com curadoria de Bete Gouveia, a exposição traz um recorte de obras produzidas entre 2019 e 2022, período atravessado pela pandemia de Covid-19. As telas criadas no contexto de isolamento social e crise sanitária compõem parte da primeira etapa do conjunto de trabalhos expostos.
Calma e solidão, yin e yang


“Essa primeira fase da exposição tem como característica um movimento muito visceral. Era algo que eu precisava expurgar, que precisava sair sem muita racionalidade. Não havia muito uma reflexão sobre o que eu estava fazendo”, aponta o artista.

Já a segunda parte da exposição mostra um olhar mais sereno e reflexivo, transparecendo sensações como calma e solidão. A influência das filosofias orientais, especialmente o budismo e o taoísmo, estão presentes na construção conceitual da exposição.

“É como se [as duas partes da exposição] fossem o ‘yin’ e o ‘yang’, trazendo uma visão do zen. A agitação e a calma dialogando com aspectos do mesmo fluxo. É uma leitura que se sobrepõe ao dualismo ocidental e coloca esses dois conceitos como complementares e não necessariamente antagônicos”, reflete.

No início da carreira, entre o final dos anos 1980 e o início dos anos 1990, Antonio se dedicou à pintura de paisagens. De certa maneira, esse elemento retorna nos novos trabalhos, mas de uma forma completamente diferente.

“É como se fossem paisagens oníricas, que eu uso abertamente como uma projeção. Já que não é uma paisagem real, então não me interessa criar uma reprodução perfeita da realidade e nem nada disso. Quero criar uma insinuação de ambiente que fale o que naquela hora eu necessito expressar”, explica.

Um trabalhador, antes de tudo
Dividindo o tempo entre a pintura e a profissão de psicólogo, Antonio iniciou sua formação em desenho e pintura em 1987. Ganhou o Prêmio Imagem, em 1992, no concurso de pintura da Caixa Econômica Federal “Pintando o Natal”.

Sobre a forma como trabalha, Antonio afirma que é “antes de tudo, um trabalhador”. “A inspiração pode chegar a qualquer e eu tenho que estar no ateliê fazendo alguma coisa. Por isso, pinto todos os dias, menos aos domingos, independentemente de estar inspirado ou não. Essa é a minha condição básica”, diz.

“Essa exposição fala sobre os acontecimentos do cotidiano, seja os que classificamos como mais importantes, como uma perda pessoal, ou os mais corriqueiros, como atravessar na faixa com o sinal vermelho. Tudo me convida para uma comunicação e faz com que eu me pergunte: ‘O que é que eu posso aprender com isso?’”, afirma.

Serviço:
Exposição "Entre dissonâncias e silêncios", de Antonio Mendes
Quando: Abertura hoje, às 18h. Visitação segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados, de 14h às 18h, até 7 de janeiro de 2023
Onde: Arte Plural Galeria (rua da Moeda, 140, Bairro do Recife)
Entrada gratuita
Instagram: @arte_plural_galeria

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