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Premiação

Envolvido em escândalos, Globo de Ouro volta à TV em 2023

O evento recebeu acusações de racismo, sexismo e corrupção

Globo de OuroGlobo de Ouro - Foto: Emma Mcintyre / Getty Images North America / Getty Images Via Afp

Envolvido em escândalos, o Globo de Ouro anunciou nesta terça-feira (20) seu retorno à televisão em 2023, quando tentará recuperar seu antigo esplendor após uma última edição amplamente evitada por Hollywood.

O evento, organizado pelos membros da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), era amplamente visto como o segundo prêmio mais importante do cinema ou televisão, ficando atrás apenas do Oscar.

No entanto, acabou atingido por acusações de racismo, sexismo e corrupção, o que resultou na decisão da emissora NBC -a habitual parceira- de não transmitir a premiação no ano passado.

"Estamos muito satisfeitos em anunciar o retorno do Globo de Ouro à NBC e da organização da 'Festa do Ano' para o público em todo o mundo que estava esperando por seu retorno", disse a presidente da HFPA, Helen Hoehne.

"A HFPA segue comprometida com mudanças importantes e programas de apoio que priorizam a diversidade, a inclusão e a transparência", completou Hoehne.

A HFPA viu-se envolvida em polêmica após uma investigação do jornal Los Angeles Times em 2021 revelar que, na época, a associação não tinha um membro negro.

A revelação provocou uma onda de críticas de personalidades da indústria cinematográfica, incluindo de atores como Tom Cruise.

Ao mesmo tempo em que buscava escapar das críticas, a HFPA se apressou para colocar em prática reformas internas, como a admissão de um número recorde de novos membros no ano passado.

Mas estrelas como Scarlett Johansson e Mark Ruffalo consideraram publicamente estas reformas como insuficientes, enquanto Tom Cruise devolveu à organização seus três Globos de Ouro como forma de protesto.

A HFPA também proibiu seus membros de aceitarem presentes ou estadas em hotéis oferecidos como cortesia pelos estúdios de Hollywood.

Em um comunicado de imprensa divulgado nesta terça-feira, a HFPA informou que há 103 novos membros, representando 62 países.

"Junto com os membros atuais da HFPA, a instituição que vota no Globo de Ouro é um grupo 52% feminino e 51,5% racial e etnicamente diverso", acrescentou o comunicado.

Acordo de um ano 

No passado, a premiação foi transmitida globalmente, com seus glamourosos tapetes vermelhos e desfiles de estrelas da televisão e do cinema.

Agora, voltará à NBC graças a um acordo de um ano, que, segundo os organizadores, permitirá "explorar novas oportunidades para a distribuição doméstica e global em uma série de plataformas no futuro".

Frances Berwick, representante da NBCUniversal e Streaming, elogiou esta volta à telinha.

"Reconhecemos o compromisso da HFPA de impulsionar uma mudança, e não vemos a hora de receber o Globo de Ouro de volta à NBC para seu aniversário de 80 anos, em janeiro de 2023", disse.

O Globo de Ouro foi transmitido no início deste ano sem audiência nem meios de comunicação, premiando produções como "Ataque dos Cães" e "Amor, Sublime Amor".

As estrelas também estiveram ausentes no evento realizado a portas fechadas e sem transmissão no Beverly Hilton. A HFPA anunciou os vencedores pelo Twitter.

Os estúdios e cineastas ganhadores evitaram comemorar, mas a estrela de "Amor, Sublime Amor", Ariana DeBose, agradeceu discretamente o prêmio recebido e afirmou que as mudanças dentro da HFPA precisam continuar.

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