EP de pagode: Ludmilla experimenta de tudo na música
Neste 24 de abril, quando completa 25 anos, a cantora lança o seu primeiro trabalho destinado ao gênero e faz lives para apresentá-lo ao público
Quando ganhou projeção nacional como MC Beyoncé, em 2012, com o funk “Fala mal de mim”, Ludmila Oliveira da Silva não esperava a dimensão que sua carreira teria posteriormente. Durante oito anos, mudou de nome artístico três vezes, lançou três álbuns de estúdio, fez parcerias internacionais como Cardi B e Snoop Dogg, e emplacou músicas nas principais paradas nacionais. Em todas as situações, demonstrou-se versátil, passeando pelo funk e o R&b; e do pop ao trap. Agora, como Ludmilla, a cantora embarca em mais um gênero musical: o pagode. Nesta sexta-feira, 24 de abril, dia do seu aniversário de 25 anos, a artista lança o EP “Numanice”, com seis faixas.
O trabalho é uma cobrança antiga dos fãs e admiradores de Ludmilla, que prometeu se aventurar em um trabalho inédito no pagode durante o Prêmio Multishow, ano passado, que a consagrou como uma das grandes premiadas da noite. No “Numanice”, ela traz as faixas inéditas “Amor difícil”; “Não é por maldade”, em parceria com a cantora Marvila; “Cheiro bom do seu cabelo”; e a faixa-título “Numanice”; além da gravação “Pôr do sol na praia”, com Silva; e “Te amar demais”, do cantor Sodré. Ela já havia regravado “Teu Segredo”, do Exaltasamba, com o grupo Vou Pro Sereno, e duas gravações em estúdio para o Spotify, com “A boba fui eu” e “Faz uma loucura por mim”, interpretada originalmente por Alcione.
Em entrevista à Folha de Pernambuco, Ludmilla contou sobre o processo de produção e a importância da mulher no pagode, além de detalhar sobre a transmissão ao vivo de lançamento do trabalho.
Quando você começou a ganhar dimensão nacional, lá em 2012, como MC Beyoncé, muitas pessoas duvidavam da durabilidade da tua carreira - por achar que o funk seria um hit passageiro -, mas, desde então, você vem emplacando hits todos os anos. Esperava que, hoje, iria se tornar um dos principais nomes da música nacional?
Não esperava, mas sonhei muito e lutei para conquistar tudo isso. Com certeza, é a realização de um grande sonho para uma menina simples de Duque de Caxias que sempre sonhou em viver de sua maior paixão: a música. Foram anos de muito trabalho intenso, espero conquistar mais muita coisa ainda, é só o começo. Muito grata a toda minha equipe, famílias, Deus e todo o público que me acompanha e torce por mim.
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Inclusive, desde o início, você vem experimentando gêneros durante seus trabalhos - foi do funk ao R&b -, e agora embarca no pagode. Queria saber o motivo de ter tido essa vontade de trabalhar no gênero agora.
Ah, o pagode faz parte da minha vida, sabe? Comecei cantando em rodas de samba familiares, então sempre foi um gênero muito especial para mim, mas nunca tinha pensado, por exemplo, depois de me profissionalizar em lançar um álbum só de pagode. A ideia surgiu a partir dos fãs depois de me verem cantando com alguns grupos, então resolvi atender o pedido rsrs
Como foi o processo de produção, gravação e escolha das músicas? Você já havia trabalhado com a equipe que participou deste EP?
Foi muito incrível, já tinha algumas músicas esboçadas... Das 6 são 4 inéditas, escritas por mim. Entramos em estúdio fim do ano passado, com uma equipe mega talentosa e que com certeza fez toda a diferença neste projeto.
Estamos acostumados com suas letras voltadas ao empoderamento, à vida de solteira e uma Ludmilla 'mais solta'.Já no EP, você apresenta uma persona mais romântica. De certa forma, teu relacionamento com Brunna Gonçalves inspirou as novas músicas?
Sim, com certeza. Brunna sempre me inspira, inclusive uma das músicas foi feita especialmente para ela, “Cheiro Bom do Seu Cabelo”.
O lançamento vem acompanhado de uma live. O que o público pode esperar da transmissão?
Isto. Na realidade, serão duas live show, uma no meu canal do YouTube, às 18h, e uma segunda transmitida pelo Multishow, às 20h. Vão ter hits de toda a carreira, feats com artistas incríveis que tive a oportunidade de trabalhar, e claro todas do meu EP de pagode. Além disto, a live do meu canal será transmitida nas rádios mais populares do país.
O EP vem sendo lançado em meio à pandemia. Como isso afetou no cronograma dele e o que público poderia esperar dos novos shows? Vai ter uma turnê específica para ele e para o gênero?
Tudo vai depender de como será daqui para frente em relação à pandemia, a saúde e o cuidado com todos é o mais importante agora. Espero poder tocas todas as músicas do EP nos meus shows em breve.
Durante quase 30 anos, vimos mais homens tendo destaque no pagode e poucas mulheres no gênero. Com a tua entrada no gênero, você espera, de certa forma, transformar essa realidade?
Sim, sempre foi um gênero predominantemente masculino, mas não é de hoje que temos mulheres incríveis no samba: Dona Ivone Lara, Alcione, Leci Brandão, entre outras. Espero que comigo, assim como todas elas, eu consigo dar voz para muitas mulheres que estão crescendo, e que lutam diariamente por seus ideais. Por isso também chamei uma mulher jovem que canta samba para este projeto, o nome dela é Marvilla e a canção com ela ficou demais. Espero que curtam.
Como já citado acima, você homenageava Beyoncé no início da carreira,e, hoje, tem uma música gravada com Cardi B, um dos maiores nomes do Rap. Como foi a experiência de ter entrado em estúdio com ela? Tem previsão de lançamento da música e ela vai entrar no novo álbum da rapper?
Foi uma experiência única, sempre fui uma enorme fã da Cardi e poder gravar com ela foi maravilhoso. Ela é uma pessoa muito humilde, brincalhona e talentosa. Foi mega especial. Ainda não temos data para divulgação do feat. Aguardem!!
Ouça "Numanice":