Erasmo Carlos dará nome a largo na Tijuca, bairro onde começou a carreira musical
Ao lado de nomes como Tim Maia, cantor deu os primeiros passos na vida artística no bairro da Zona Norte
O prefeito Eduardo Paes decidiu mudar o nome do Largo da Segunda Feira na Tijuca em homenagem ao cantor Erasmo Carlos, morto na última terça-feira (22). Em decreto publicado na quinta-feira (23), Paes renomeou o lugar como Largo da Segunda Feira Erasmo Carlos.
"Foi na Tijuca que Erasmo Carlos, juntamente com Tim Maia, Jorge Benjor e Roberto Carlos se encontravam e lá compuseram muitas músicas de sucesso", observou Paes.
Além disso, o prefeito alegou que todo movimento da Jovem Guarda, principalmente Erasmo, sempre teve com o bairro, inclusive inspirando a música Turma da Tijuca.
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Um dos cantores e compositores mais populares do Brasil, Erasmo Carlos morreu aos 81 anos, no Rio de Janeiro, na última terça-feira (22). O artista havia deixado o hospital Barra D’Or em 2 de novembro após 16 dias internado tratando uma síndrome edemigênica. No mesmo dia, ele foi internado novamente, no mesmo hospital.
Foi na Tijuca que Erasmo passou a infância, adolescência e juventude e deu seus primeiros passos na música, inclusive na amizade com o também tijucano Tim Maia, Jorge Ben Jor (então morador do vizinho Rio Comprido) e Roberto Carlos, capixaba de Cacheiro de Itapemirim que, ao chegar no Rio, nos anos 1950, foi morar em Lins de Vasconcelos, também na Zona Norte.
A biografia de Tim Maia (escrita por Nelson Motta) e o livro de memórias do Tremendão (com organização de Leonardo Lichote) destacam bem o período entre os anos 1950 e 1960 que antecedeu a revolução da Jovem Guarda, e mudaria toda a história da música brasileira no século XX. Posteriormente, as adaptações dos livros também frisaram a importância da Zona Norte no surgimento desta geração de artistas, como os longas "Minha fama de mau" (2019), "Tim Maia" (2014) e a série "Vale tudo com Tim Maia", em cartaz no Globoplay.
Erasmo nasceu em 5 de junho de 1941 e passou seus primeiros anos na Rua do Matoso, nos números 113 e 102. Em meados dos anos 1950, ele se muda com a família para um quarto alugado em um casarão no número 108 da rua Professor Gabizo. Sua primeira comunhão foi feita na Igreja de São Francisco Xavier e os primeiros trocados foram conquistados com a venda de revistas usadas em uma banquinha da Rua do Matoso.