Erick Jacquin celebra seus 10 anos de "Masterchef Brasil"
Entre a gastronomia e o entretenimento, chef francês está no Brasil desde 1995
Erick Jacquin lembra bem do dia em que foi sondado para ser jurado de um novo programa da Band, que estava investindo alto na versão nacional do sucesso mundial “Masterchef”. Era início de 2014 e, nem nos melhores sonhos do chef, o projeto “Masterchef Brasil” seria tão bem-sucedido a ponto de completar uma década no ar e apresentá-lo para o grande público da tevê.
“É uma loucura pensar que o programa está fazendo 10 anos. Hoje é difícil um programa ficar tanto tempo no ar. Acho que o único ponto negativo nessa história é acompanhar meu envelhecimento no vídeo”, brinca, com seu humor peculiar.
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Natural da pequena comuna francesa de Saint-Amand-Montrond, no centro-oeste do país, Jacquin está no Brasil desde 1995, quando veio assumir a cozinha de um restaurante que fez história em São Paulo, o Le Coq Hardy. Ao criar laços profundos com o país, naturalizou-se brasileiro e investiu alto em negócios próprios.
Premiado e com fama de temperamental, o jeito durão do chef combinou perfeitamente com o formato do “Masterchef Brasil”. Por conta do sucesso no programa, acabou comandando outras produções na Band, como o divertido “Pesadelo na Cozinha” e o confessional “O Mundo de Jacquin”.
“A tevê mudou minha forma de viver. É muito bom receber o carinho do público. Eles sabem diferenciar o personagem jurado do programa de quem eu sou no cotidiano”, acredita.
Confira a entrevista com Erick Jacquin:
A atual temporada celebra 10 anos de “Masterchef Brasil”, que segue sendo o principal programa da grade da Band. Como você avalia sua trajetória dentro da produção?
É como se eu nunca tivesse trabalhado. Olho para trás e vejo muita diversão e momentos de felicidade. O programa tem o poder de mudar a vida dos participantes, mas também dos jurados. O prazer de estar no estúdio fez esses 10 anos passarem rápido demais.
O sucesso acabou fazendo o “Masterchef Brasil” virar uma franquia, com diversas variações dentro da própria emissora. Para você, qual o segredo desse apelo popular?
No início, tudo foi novidade. Então, era natural o interesse dos telespectadores. Nos bastidores, a luta é árdua para fazer toda nova temporada como se fosse única. Então, acho que o segredo do programa foi ter se estabelecido sem cair na mesmice. Seja pelo perfil dos participantes, receitas, convidados, estamos em uma busca constante por renovação. Eu leio o roteiro e ainda fico surpreso.
Como assim?
Já fizemos tantas coisas dentro do programa que eu acho que não tem mais o que inventar ou ousar. Mas aí vem a produção e mostra que é possível sim. Por exemplo, nesta temporada, pela primeira vez, vamos fazer escargot no “Masterchef Brasil”. Quando vi que iria acontecer, me questionei de verdade porque nunca foi feito (risos).
Do primeiro episódio até agora, qual você acha que foi a principal evolução do programa?
Sem dúvida, a postura dos competidores. Hoje em dia, eles chegam com uma ideia diferente, muito mais preparados e de fato com o objetivo de se tornarem profissionais. No passado, não existia isso. A televisão já deixa a pessoa famosa e isso é uma oportunidade para que essa entrada no mercado da gastronomia seja mais rápida, sem passar por todas etapas que passamos. Por isso, as provas também estão cada vez mais diferentes e complexas. Para que os participantes não achem que existe uma receita para ganhar o programa.
Apesar de não existir receita, quais seus métodos e conselhos para quem quer encarar a cozinha do programa?
Meu ponto de partida é a avaliação da comida, se está boa e bem-feita. Mas sabemos que tudo isso é um jogo. Então, é necessário saber se aliar às pessoas e ficar do lado certo nas dinâmicas em equipe. Não é necessário ser sempre o melhor, mas sim mediano para não encarar a eliminação. O ideal é não se arriscar tanto para não sair mais rápido. É preciso manter o equilíbrio até o último episódio.