Exames de imagem mostram o que seu gênero de filmes favorito revela sobre seu cérebro; entenda
Duas importantes áreas cerebrais foram analisada a partir da preferência cinematográfica dos participantes
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A preferência para filmes de uma pessoa diz muito sobre como seu cérebro funciona, é o que dizem as evidências encontradas por pesquisadores alemães em um novo estudo publicado na revista científica Frontiers in Behavioral Neuroscience.
A equipe mostra a maneira como se dá a atividade cerebral dos participantes de acordo com suas experiências cinematográficas favoritas.
"Filmes são tão fascinantes porque eles não apenas retratam todas as emoções humanas, mas também as evocam. Emoções negativas, como raiva ou medo, desempenham um papel central em muitos filmes", diz Esther Zwiky, psicóloga da Martin Luther University Halle-Wittenberg (MLU), na Alemanha, que participou da pesquisa.
Duas áreas do cérebro em ação
A equipe analisou a amígdala, que é responsável por processar e regular emoções, assim como guardar memórias, e a atividade neuronal do nucleus accumbens, conhecido como o centro de recompensa no cérebro.
Junto a ativação destas áreas, foram comparados os gostos por filmes dos gêneros: policial, thriller (suspense), ação, comédia ou documentário.
Os resultados mostraram que os fãs de filmes de ação e comédias tendem a reagir de forma intensa a estímulos emocionais negativos, já aqueles que preferem documentários ou filmes policiais e thrillers demonstram uma reação emocional significativamente mais amena.
"Descobrimos que os fãs de filmes de ação mostraram as reações mais fortes em ambas as áreas [amígdala e nucleus accumbens]. Não esperávamos isso, pois os filmes de ação geralmente fornecem muitos estímulos. Portanto, teria feito mais sentido se os fãs de ação fossem menos fáceis de estimular", aponta Zwiky.
Curiosamente, a mesma atividade cerebral foi encontrada em pessoas que preferem filmes de comédia. A hipótese da equipe é que ambos os grupos consideram fortes estimulações emocionais algo atraente.
Já para o grupo com tendência a escolher menos estímulos, os documentários ou filmes policiais e thrillers, os dados mostraram algo diferente.
"Parece que as pessoas escolhem estes gêneros de filmes estimulam seus cérebros de forma mais otimizada", conclui Zwiky.
A pesquisa
Para chegar a estas conclusões, os cientistas convidaram 257 pessoas para a pesquisa. Todos forneceram informações sobre suas preferências de filmes.
A partir disso, a atividade cerebral dos participantes foi analisada usando imagens de ressonância magnética funcional (fMRI).
Deitados na máquina de ressonância, eles reagiram a imagens de rostos assustados ou raivosos e formas geométricas.
"Com esse teste estabelecido, podemos medir como o cérebro processa estímulos emocionais", explica Zwiky.
Quando a explicação científica para as diferenças encontradas na ativação das duas áreas do cérebro estudadas pela equipe, segundo os autores, a resposta pode estar na definição dos gêneros de filme.
"Enquanto ação e documentário podem ser posicionados em polos opostos de várias dimensões (por exemplo, ficção vs. não ficção, emocional vs. sem emoção), a demarcação entre ação e crime/suspense parece menos clara. Na verdade, ambos os gêneros compartilham uma gama emocional conjunta, caracterizada principalmente por provocar emoções primárias e negativamente valenciadas, como medo e raiva, ao retratar cenas perigosas, com risco de vida e violentas", escrevem no estudo.