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'Falas Negras' valoriza personagens contemporâneos e contribuições na diversidade brasileira

Especial "Falas Negras"Especial "Falas Negras" - Foto: Divulgação

Com bandeiras como inclusão, respeito e diversidade na ordem do dia, a Globo, desde o ano passado, vem se apropriando de importantes datas do calendário para colocar em prática o “Projeto Identidade”. A iniciativa cria produções especiais com o objetivo de valorizar temáticas sociais específicas, o primeiro rebento do projeto foi o comovente “Falas Negras”, exibido no Dia da Consciência Negra, em novembro de 2020.

Com 22 depoimentos de pessoas históricas que lutaram contra o racismo e a favor da justiça e da liberdade, o especial reuniu um time renomado de atores para interpretar figuras importantes como Martin Luther King Jr., Malcolm X, Angela Davis e Marielle Franco, entre outros. Um ano depois, o “Falas Negras” volta à Globo para mirar no heroísmo do agora. No próximo sábado, dia 20 de novembro, o episódio joga luz na trajetória de cinco brasileiros que são referências em suas áreas de atuação ou cujas trajetórias servem de inspiração para suas comunidades.

“Em 2021, a gente coloca em primeiro em primeiro plano as pessoas que celebram a força de seu trabalho e de sua existência como negros. Se mudarmos no presente essa condição, se criarmos um novo imaginário, a partir do qual a pessoa preta possa ser o que quiser, sem nenhum tipo de julgamento, com certeza teremos um outro futuro”, defende Naína de Paula, que dirige o especial ao lado de Henrique Matias.

Neste ano, o “Falas Negras” viaja o país e conta as histórias da chef pernambucana Negralinda, do pedreiro baiano Geomar Rabelo, da professora mato-grossense Ana Fernandes, do produtor audiovisual gaúcho Crystom Rodrigues e da médica carioca Fátima Oladejo. As gravações dos depoimentos foram realizadas nas cidades onde vivem os personagens e convidam o público, através de um experimento social, a refletir sobre a persistência de um imaginário que, geralmente, relaciona pessoas negras a profissões de salários mais baixos e de pouco reconhecimento.

“São personagens muito fortes, com histórias desafiadoras e inspiradoras. A partir do cotidiano dessas pessoas a gente reflete sobre o nosso presente, sem esquecer de como o passado nos trouxe a essa atual condição de desvantagem. Também apontamos para o futuro, um futuro que deve ser feito e narrado por pessoas pretas”, acrescenta Henrique Matias.

Entre os destaques da edição está a professora Ana Fernandes. Tendo na educação sua grande aposta para uma vida melhor, a educadora de 35 anos vive em Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso, na mesma região onde ficava o quilombo de Tereza de Benguela. É da linhagem de Benguela que Ana, orgulhosamente, se diz herdeira. Formada em Educação Física, ela se especializou em educação quilombola e hoje dá aulas na mesma escola onde estudou com a irmã. Ana entende e celebra a importância do seu trabalho na construção do futuro dos seus alunos. “Gratidão e realização são as palavras que descrevem o que eu sinto com a oportunidade de participar do ‘Falas Negras’. A minha vida é dedicada à educação que, para mim, é primordial e essencial e deve ser vista com mais atenção e amor. Fico feliz de compartilhar um pouco da minha jornada”, ressalta Ana.

Além das cinco histórias principais, a convite da produção, o especial ainda mostra o trabalho dos artistas plásticos Cety Soledad, Del Nunes, Diego Mouro, Kika Carvalho, Lidia Viber, Marcos da Matta, Mariana Sguilla, Marlon Amaro, Mulambö e Robinho Santana. Esta etapa das gravações teve como cenário a exposição “Yorùbáiano”, do artista visual Ayrson Heráclito, em cartaz no Museu de Arte do Rio, localizado na região central da capital carioca. No museu também foi captada a performance musical entre Alcione e o cantor e compositor Caio Prado.

Em uma parceria inédita e exclusiva para o especial. Os dois cantam juntos a música “Não Sou Teu Negro”, composição de Caio que embala a abertura e marca a trilha sonora do especial. Assim como na primeira edição, houve uma preocupação da Globo em montar uma equipe majoritariamente formada por pessoas negras para a realização do episódio. “Temos de pensar não só em pessoas pretas contando suas próprias narrativas, mas como narradoras do mundo também”, destaca a diretora Naína de Paula.

Serviço

“Falas Negras” - TV Globo

Sábado, dia 20 de novembro, às 22h30.

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