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LUTO

Falece o cantor e compositor Aristides Guimarães, aos 78 anos

O artista fez parte, nos anos 1960, de uma geração de músicos pré-psicodelia pernambucana, em grupos como Construção e Laboratório de Sons Estranhos

Aristides Guimarães havia feito 78 anos no último dia 17Aristides Guimarães havia feito 78 anos no último dia 17 - Foto: Reprodução

Faleceu, nesta quinta (28), aos 78 anos, o cantor e compositor recifense Aristides Guimarães. O artista havia feito aniversário no último dia 17 e foi vítima de um infarto, em sua residência, na Praia de Pitimbú (PB).

Aristides Guimarães nasceu no Recife, em dezembro de 1945, e fez parte de uma geração de artistas que empunhou a bandeira tropicalista em Pernambuco/Paraíba – entre eles, Jomard Muniz de Britto, Celso Marconi, Raul Córdula – e que antecedeu o movimento psicodélico no Recife.

Em 1966, Aristides começou a carreira com o grupo Construção. Dois anos depois, em 1968, ele funda o Laboratório de Sons Estranhos, que, à época, fez apresentações no Recife e no Rio de Janeiro (na ocasião, o show contou com contribuições de Jards Macalé, Naná Vasconcelos e Maurício Maestro). O grupo causava alvoroços em suas apresentações, que eram verdadeiros happenings.

Aristides venceu o Festival de Cataguases (MG), em 1970, com a canção “Gás paralisante”, em parceria com o tropicalista José Carlos Capinam, desbancando concorrentes como Gilberto  Gil, Macalé, Equipe Mercado,etc.

Em 1981, a música “Chama”, em parceria com Geraldo Amaral, virou sucesso nacional na voz de Joanna (a música também deu título ao álbum da cantora) e, no ano seguinte, entrou na trilha sonora da novela “Amor maior”, da Rede Globo. A canção voltou a ser gravada por Joanna, em 1999, em disco comemorativo de 20 anos de carreira, à época.

Apesar da longa trajetória nas artes e música, Aristides Guimarães só chegou a gravar seu primeiro – e único – disco solo em 2006. Nos últimos anos, viveu recluso em sua casa na Praia de Pitimbú, na Paraíba, onde será sepultado, às 9h desta sexta (29).

Depoimentos
Almir de Oliveira, da banda Ave Sangria

“Ele era um grande artista. Foi uma grande perda para a música pernambucana. Muito carinho, respeito e admiração por eles. As vezes que eu toquei com ele sempre foram de muita alegria e felicidade. Aristides (com o Laboratório de Sons Estranhos) investiu na liberdade de fazer aquilo que o artista queria fazer, inclusive utilizar instrumentos e modos de fazer música diferentes do convencional. Foi precursor de muita coisa.”

Geraldo Maia, cantor e compositor

“Aristides foi um compositor inspirado, um artista inquieto e de uma radicalidade que sempre me chamou atenção. Infelizmente, alguma coisa no seu processo pessoal o inibiu de dar saltos mais largos, numa hora em que ele teve tudo pra que isso acontecesse.”
 

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