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Celebridades

Famosos cancelados em 2021: relembre personalidades que sofreram boicotes

Nomes como Karol Conká, Sérgio Reis, Projota, Juliana Paes e Yasmin Brunet lidaram com ataques e 'apagamentos' nas redes sociais

Relembre famosos cancelados em 2021Relembre famosos cancelados em 2021 - Foto: Montagem/Reprodução

Não foi fácil escapar do cancelamento nas redes sociais. Em 2021, dezenas de personalidades sofreram boicotes — em períodos mais curtos ou mais longos — pela horda digital. A lista de pessoas famosas boicotadas e "apagadas" pelos internautas, neste ano, inclui ex-BBBs, cantores, atores e influenciadores digitais, como Karol Conká, Juliana Paes e Gabriela Pugliesi.

O cancelamento também gerou vítimas indiretas, como empresas que apoiam determinadas figuras públicas. O comportamento passou a ser estudado, inclusive, por especialistas.

"O cancelar é uma forma de você ficar bem no coro das pessoas de bem, é não aceitar a imperfeição humana", analisou o psicanalista Mario Corso, autor de livros como "Adolescência em cartaz" e "Fadas no divã", em entrevista recente ao GLOBO. "As pessoas hoje pedem para que seus ídolos sejam deuses, o que é um pedido absurdo".

A seguir, relembre as principais personalidades que foram canceladas em 2021:

A cantora Karol Conká viu a vida (e a carreira) virar do avesso após participar do "Big Brother Brasil" 21. Espectadores do reality show usaram, como argumentos para o cancelamento, o tratamento que ela dispensou ao participante Lucas Penteado, com quem se recusou a dividir a mesa, além de comentários considerados xenofóbicos e machistas.

Karol Conká bateu o maior recorde de rejeição da história do "BBB". Na 21ª edição do programa, a rapper foi eliminada com 99,17% dos votos do público. Ao deixar o reality show, a curitibana perdeu contratos publicitários, teve shows cancelados e recebeu ameaças de morte. Recentemente, ela contou que ainda não superou completamente os traumas. As questões foram abordadas na série documental "A vida depois do tombo", do Globoplay.

"Minha batalha é para não cair numa depressão. Faço acompanhamento para isso", declarou Karol, em entrevista ao youtuber Whindersson Nunes.  "Me sinto uma coisa, como se fosse um negócio, que as pessoas jogam para lá e para cá e tiram suas próprias conclusões".

Na mesma onda, outros nomes, que eram parceiros de jogo de Karol Conká no "BBB 21", também saíram com a popularidade em baixa. Situação do rapper Projota e do humorista Nego Di, que enfrentaram a fúria das redes.

"Se arrepender não muda o que fizemos no passado, prefiro dizer que tive a chance de refletir sobre muitas coisas que hoje percebo que não deveria ter feito, e não desejo fazer daqui pra frente", declarou Projota, que, diferentemente de Nego Di, conseguiu superar os problemas com a imagem.

Até Viih Tube, que integrou o elenco da mesma edição, passou por cancelamento. Ela, inclusive, lançou um livro autobiográfico, recentemente, chamado "Cancelada". Nego Di, aliás, contou que criou um grupo no WhatsApp com os "cancelados" dessa edição do programa.

Sérgio Reis esteve no centro de uma polêmica, em agosto deste ano, após a divulgação de um áudio em que o cantor sertanejo convocava atos antidemocráticos em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O artista foi alvo de uma operação da Polícia Federal. E mais: ele foi obrigado a cancelar o lançamento de um disco depois de ver três baixas no trabalho inédito, que já havia sido inteiramente gravado — na ocasião, os cantores Guarabyra, Maria Rita e Guilherme Arantes desautorizaram a participação no álbum.

A atriz Juliana Paes foi alvo de ataques nas redes sociais ao publicar um vídeo político, em junho, nas redes sociais. Depois de fazer um post criticando a forma como a médica Nise Yamaguchi, defensora do uso da cloroquina, foi tratada na CPI da Covid, Juliana foi cobrada por fãs e colegas artistas de não ter um posicionamento crítico sobre a política do governo na pandemia. Ela, então, rebateu as críticas em um vídeo que deu muito o que falar.

Na publicação, Juliana negou que seja apoiadora de Jair Bolsonaro "não sou bolsominion", afirmou, mas fez referência à existência de "delírios comunistas" nas atitudes de quem é contra o presidente. A fala da atriz gerou uma nova onda de cancelamento.

"Tomou uma  proporção maior do que eu podia alcançar. Recebi mensagens de Brasília, de advogados, juízes", rememorou ela, em entrevista ao GLOBO. "Estamos cada vez mais bélicos, coisa que sabem fazer é ofender. Não vivo no mundo de Sofia, sei que não teremos consenso em tudo, mas temos que poder conversar".

Colecionador de polêmicas, Nego do Borel se tornou alvo de uma investigação policial depois de ser expulso do programa "A fazenda", neste ano. Acusado por estupro de vulnerável contra a modelo Dayana Mello, outra participante do mesmo reality show, o cantor foi dado como desaparecido por um dia depois de publicar um texto no Instagram em que citava suicídio.

Ele foi encontrado por policiais num motel em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o que inspirou uma onda de críticas de fãs e seguidores ao funkeiro. Cancelado pelas redes, ele perdeu contratos publicitários e profissionais. Hoje, ainda mantém o hábito de publicar imagens em que aparece ostentando artigos de luxo.

A influenciadora digital e ex-BBB Rafa Kalimann não passou ilesa ao boicote das redes. Foi cancelada, em maio, após compartilhar um vídeo de um pastor, que dizia ser contra o casamento homoafetivo. Meses depois, numa entrevista ao podcast "Pod Delas", ela se emocionou ao falar no episódio.

"Foi por um erro grande meu, que reconheci totalmente porque estava no modo automático. Quando você entra no modo automático, você deixa de ter percepções que normalmente tem na sua vida. Então estava compartilhando coisas sem prestar atenção nas informações", disse ela, na ocasião.

A ex-BBB contou que recebeu mensagens com teor criminal: "Foi muito pesado. Eu fui ameaçada de morte".

E por falar no tal episódio com Rafa Kaliman... Ao comentar, no programa "Vem pra cá", a polêmica envolvendo Rafa Kalimman e Caio Catro — que postaram um vídeo de um pastor que "é contra, mas respeita" o casamento gay —, a apresentadora Patrícia Abravanel reafirmou a homofobia ao zombar da sigla LGBTQIAP+.

A filha de Silvio Santos saiu em defesa do conteúdo do vídeo, pediu "paciência com os conservadores", grupo que ela afirmou fazer parte, mas foi categórica ao dizer que eles têm direito em discordar de assuntos relativos a sexualidade alheia. Internautas inundaram de críticas as redes sociais da apresentadora.

"Eu não acho que o Caio Castro e a Rafa são preconceituosos ou homofóbicos, eu acho que eles realmente foram educados de uma outra maneira", disse ela, ao vivo. "Assim como os 'LGDBTYH', não sei, querem o respeito, eu acredito que eles têm que ser mais compreensivos com aqueles que ainda não entendem direito", continuou, debochando do movimento LGBTQIAP+.

O influenciador digital e ex-BBB Pyong Lee foi bastante criticado na web após ser acusado de trair a mulher, Sammy Lee, num reality show na TV. Os dois, recentemente, reataram o relacionamento.

"O tempo não para, tudo muda, tudo passa, tudo evolui. No meio do furacão, pode parecer que é o pior dos problemas, mas é só lembrar de outras situações que você passou e superou.  Aprendemos e evoluímos com as situações e com os erros", declarou Pyong, que mantém uma agenda concorrida de eventos como hiponólogo.

Cantor e multi-instrumentista que iniciou a carreira nos anos 1990, em bares de Belo Horizonte, o sertanejo Eduardo Costa foi denunciado por estelionato pelo Ministério Público de MG, em novembro deste ano. O caso dá volume à lista de polêmicas em torno de sua vida pessoal.

O cantor, que foi alvo de um cancelamento após disparar frases machistas numa live com o colega Leonardo, viu seu nome novamente ser alvo de boicotes e críticas nas redes sociais.

A influenciadora digital Gabriela Pugliesi foi cancelada pelas redes sociais, em dezembro, após publicar um vídeo no Instagram em que fazia publicidade para uma empresa de helicópteros sobrevoando regiões afetadas pelas tempestades no Sul da Bahia.

No Twitter, internautas criticaram a postura de Gabriela, considerando a atitude da influenciadora como "futilidade", "falta de noção" e "insensibilidade". "Gabriela Pugliesi sempre consegue se superar", escreveu um usuário do Twitter.

Diante da repercussão negativa, a influenciadora apagou o vídeo das redes sociais e afirmou que "jamais sobrevoaria locais afetados pelas fortes chuvas para promover uma empresa de táxi aéreo, como foi disseminado de forma maldosa e equivocada".

Yasmin Brunet se viu no centro de um polêmica durante a Olimpíada de 2021, em Tóquio, no Japão, após o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) vetar seu credenciamento como técnica do surfista Gabriel Medina, marido da atriz.

A justificativa da entidade para rejeitar o pedido foi que eles já tinham credenciado o australiano Andy King como treinador de Medina — durante a pandemia, a entrada esteve restrita a um acompanhante por atleta. O COB afirmou que não poderia fazer a troca, pois Yasmin não se inseria nos requisitos e regras exigidos pelo Comitê Organizador.

A atriz reclamou da atitude do COB publicamente. "Não é uma Olimpíada qualquer. É em época de pandemia. Precisamos pensar o que vai ser melhor para a pessoa. Os surfistas têm essa regra aplicada a eles, estão levando pessoas que os fazem bem", criticou.

Yasmin e Gabriel receberam críticas nas redes sociais. À época, ela comentou que teve dificuldade para lidar com o cancelamento. "Eu sempre tive cuidado com a minha saúde mental porque tive depressão e tenho crises bem fortes de ansiedade, insônia etc. Acho que as pessoas deveriam ser mais responsáveis com a internet, sinceramente", comentou, em entrevista à revista "Vogue".

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