Fazendas de cliques: Instagram remove anúncio de Arthur Aguiar para serviço de compra de seguidores
Objetivo dessas empresas é enganar o algoritmo das plataformas
Campeão do "BBB 22", Arthur Aguiar fez propaganda nos Stories de um serviço de compra de seguidores no Instagram, mais conhecido como Fazenda de Cliques, e teve a postagem removida pela plataforma. No vídeo, ele explicava o funcionamento da ferramenta, que fere as diretrizes da comunidade - e usou a legenda "já pensou ganhar dinheiro apenas seguindo pessoas?".
"Existe uma ferramenta que é possivel ganhar dinheiro seguindo e curtindo pessoas nas redes sociais. Eu não acreditava", disse ele nos Stories.
Fazenda de cliques (click farm, em inglês) é o nome que se dá para a compra de engajamento (seguidores, curtidas, comentários) em redes sociais, principalmente Instagram e TikTok. Empresas como a que Arthur promove conectam pessoas interessadas em falsear seus números com outras que são pagas para seguir, curtir e comentar postagem. O objetivo é tentar enganar o algoritmo das plataformas. Tudo isso é considerado comportamento inautêntico e fere as diretrizes das redes sociais.
- Essas fazendas de clique são plataformas parasitas, que se infiltram nas estruturas das redes sociais - diz Rafael Grohmann, professor da Unisinos e coordenador do Laboratório de Pesquisa DigiLabour.
Leia também
• Arthur Aguiar faz propaganda de serviço de compra de seguidores, as chamadas "fazendas de cliques"
• WhatsApp vai aumentar prazo para apagar mensagens para todos
As fazendas de clique têm crescido exponencialmente no Brasil, segundo pesquisadores, pois o país têm uma alta demanda de influenciadores (ou aspirantes a) e um discurso de renda fácil e rápida bastante apelativo dentro do contexto de altos índices de desemprego.
Apesar de os Stories de Arthur prometerem um ganho elevado, a realidade costuma ser diferente. Em maio de 2022, o Globo consultou o site do Ganhar no Insta (parecido com o que o ex-BBB divulga) apresentava uma tabela de pagamento: uma curtida no Instagram valia, no máximo, R$ 0,01. A remuneração tão baixa acaba obrigando os trabalhadores das fazendas a criarem dezenas de contas falsas para poderem seguir e curtir mais contas.
Procurada, a equipe de Arthur Aguiar não quis comentar o assunto.
A Meta, empresa que controla o Instagram, disse em nota: “É muito importante para nós que as interações no Instagram e no Facebook sejam genuínas, e trabalhamos arduamente para manter a comunidade livre de comportamentos inautênticos. Serviços de engajamento falso, que aumentam artificialmente a popularidade de uma conta por meio da compra e venda de curtidas, comentários e seguidores violam nossos Termos de Uso. Os Stories citados na matéria foram removidos".