Feira Japonesa do Recife movimenta o bairro do Recife neste fim de semana
As ruas do Bom Jesus, Observatório e da Guia foram tomadas por uma explosão de cores, sons e sabores neste fim de semana com a realização da XXVIII Feira Japonesa do Recife
O evento, que pela primeira vez ocorreu durante dois dias, atraiu cerca de 25 mil visitantes ao Recife Antigo, oferecendo uma rica programação cultural e gastronômica que encantou o público e promoveu o intercâmbio entre Brasil e Japão.
Feira Japonesa do Recife
Organizada pela Associação Nordestina de Ex-Bolsistas e Estagiários no Japão (Anbej), a feira celebrou a cultura nipônica com apresentações musicais, oficinas de artes tradicionais, exibições de artes marciais e uma vasta seleção de pratos típicos.
Com origem na filosofia japonesa, o tema deste ano “Mottainai” expressa gratidão pelos recursos e incentiva o consumo consciente, reforçando a importância da preservação ambiental.
Pedro Figueiredo, produtor geral do evento, destacou o sucesso da edição deste ano, marcada pela ampliação da programação.
“Esse ano, a gente trouxe dois dias de evento, no sábado e domingo. No sábado, focamos mais na programação musical. Hoje, como todo domingo de feira, está lotadíssimo, o pessoal está se divertindo demais”, comentou o produtor.
Ele também enfatizou o esforço conjunto que torna a feira possível.
“Tivemos ainda mais parceiros este ano. Muitas instituições se juntam para fazer a feira acontecer, como a Anbej, que organiza o evento, e patrocinadores comprometidos em promover a cultura japonesa aqui no Recife. É um trabalho muito grande, mas muito gratificante”, ressaltou o organizador.
Imersão cultural
A estudante Maria Alice, de 11 anos, foi acompanhada do pai, George Mesquita, e demonstrou entusiasmo ao falar sobre sua experiência na feira. “Essa é a segunda vez que eu venho para a feira, porque acho que a experiência é muito boa. Tem vários cosplays legais e eu gosto muito disso”, contou.
Curiosa para explorar a culinária japonesa, Maria Alice revelou que a gastronomia é um dos pontos altos do evento para ela. “Eu também queria provar as comidas que têm aqui. São diferentes, né? É difícil, coisa que a gente não encontra no dia a dia. Então ainda vou comer bastante e comprar um hashi pra levar pra casa”, disse animada.
A jovem, como muitos visitantes, encontrou na feira uma oportunidade de conhecer mais sobre a cultura japonesa de forma lúdica e interativa, reforçando a premissa do evento em atrair públicos de todas as idades.
Com o tema “Mottainai”, conceito japonês que inspira gratidão pelos recursos e incentiva o consumo consciente, a feira deste ano também reforçou mensagens de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente. Stands promovidos por instituições como a Universidade Federal de Pernambuco trouxeram oficinas, palestras e atividades que uniram cultura e conscientização ambiental, aproximando ainda mais o público do espírito japonês.
Quatro décadas de legado cultural
A edição deste ano também celebrou os 40 anos da Anbej, entidade responsável pelo fortalecimento dos laços culturais entre os dois países.
Zélia de Faria Neves, de 84 anos, foi uma das homenageadas pelos 40 anos da Anbej. Ela idealizou e co-fundou a feira, há 28 anos.
“Tive a ideia após voltar de um intercâmbio como bolsista no Japão. Conversando com Vânia, uma das co-fundadoras da feira, na nossa sala, no terceiro andar do prédio onde hoje funciona a Casa Zero. Olhei para a varanda e pensei: “Seria ótimo se tivéssemos uma feira cultura japonesa, não é?”. E assim, começamos. No início, foi difícil. Mas depois, a feira foi crescendo e se tornando o que é hoje”, contou a arquiteta aposentada.