Logo Folha de Pernambuco

FILME

Fernanda Torres conta o que sentiu ao ver a mãe fazer papel com Alzheimer em ''Ainda Estou Aqui''

"Mamãe é um assombro, tem no rosto a reunião de todos os personagens que já fez", diz a atriz

''Ainda Estou Aqui''  atravessa a família Paiva - Rubens, Eunice e seus cinco filhos - durante quatro décadas''Ainda Estou Aqui'' atravessa a família Paiva - Rubens, Eunice e seus cinco filhos - durante quatro décadas - Foto: Divulgação

Cotada para indicação no Oscar, Fernanda Torres divide com a mãe, Fernanda Montenegro, o papel de Eunice Paiva, protagonista de "Ainda estou aqui". O filme de Walter Salles, em cartaz nos cinemas e escolhido para representar o Brasil no Oscar, conta a história da advogada que lutou para descobrir o verdadeiro paradeiro do marido, o engenheiro e político Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar brasileira.

Elogiada pelo mundo todo por sua atuação, que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz de filme internacional dos Críticos de Cinema dos Estados Unido, Fernanda Torres interpreta a protagonista praticamente o longa inteiro. Fernanda Montenegro pega o bastão apenas nas cenas finais do filme, quando Eunice já está bem mais velha e enfrentando o Alzheimer.

Fernanda Torres contou à jornalista Maria Fortuna, do jornal O Globo, o que sentiu ao ver a mãe rodar as cenas em que Eunice padece com a doença:

- Foi muito chocante. Não só pela Eunice com Alzheimer, mas pela gente, que já viu a mamãe em tanto lugar. Mamãe é impressionante, é um negócio, um assombro. Tem dentro dela todos os personagens que fez. Um ator vai acumulando as experiências emotivas que vai tendo. Quando ela compreende o vazio do Alzheimer, ao mesmo tempo, o rosto dela é a reunião de todos os personagens que a gente já viu ela fazer. Imaginar que aquela pessoa tão cheia de mundos está vazia é realmente um choque.

A atriz também comentou como analisa o fato de as duas se encontrarem no mesmo papel justamente pelas mãos de um diretor seminal em suas carreiras: Fernadinha rodou, com Walter, "Terra estrangeira", em 1995; Fernandona, por sua vez, fez "Central do Brasil" (1998) com o diretor, um trabalho pelo qual foi indicada ao Oscar.

- É lindo, um negócio emocionante essas duas pontas se unirem. Sei o quanto o "Terra..." está na base de formação do Walter para fazer o "Central...".

 

Veja também

Com entrada gratuita, última sessão do Cineclube Casa Zero acontece neste domingo (17)
Cinema

Com entrada gratuita, última sessão do Cineclube Casa Zero acontece neste domingo (17)

Festival Virtuosi Rafael Garcia celebra celebra a diversidade feminina no Teatro de Santa Isabel 
Música Erudita

Festival Virtuosi Rafael Garcia celebra celebra a diversidade feminina no Teatro de Santa Isabel 

Newsletter