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CINEMA

Festival de Cannes começa nesta terça (16) com Johnny Depp como Luís XV

Ator estrela "Jeanne du Barry", um filme francês que retrata a Versalhes do século XVII

Johnny Depp no dia 28 de julho de 2020Johnny Depp no dia 28 de julho de 2020 - Foto: Daniel Leal-Olivas / AFP

A 76ª edição do Festival de Cannes começa nesta terça-feira (16) com o polêmico ator americano Johnny Depp em "Jeanne du Barry", um filme francês que retrata a Versalhes do século XVII e que abre um evento repleto de estrelas.

Aos 59 anos, o astro de "Piratas do Caribe" deseja virar a página das acusações de violência conjugal de sua ex-esposa Amber Heard, que resultaram em um julgamento por difamação que o ator venceu.

Para alcançar seu objetivo, Depp tem o apoio do festival cinematográfico, um dos mais importantes do mundo, ante a hostilidade de Hollywood.

"Johnny Depp me interessa como ator", declarou na segunda-feira o diretor-geral do evento, Thierry Frémaux, ao ser questionado sobre o tema.

Depp interpreta o rei Luís XV no filme, rodado em cenários espetaculares pela diretora francesa Maïwenn, que interpreta a protagonista, Jeanne du Barry, cortesã e amante favorita do rei.

Após o filme de abertura, a edição de Cannes em 2023 atuará como uma ponte entre uma grande geração de cineastas e atores, alguns deles já octogenários, e seus sucessores.

Uma geração de octogenários
O tapete vermelho do festival receberá Harrison Ford (80 anos), que apresentará o quinto e possivelmente último filme como Indiana Jones ("Indiana Jones e o Chamado do Destino").

O diretor Martin Scorsese, da mesma geração, exibirá em Cannes seu filme mais recente, "Killers of the flower moon", sobre uma série de assassinatos de indígenas nos Estados Unidos nos anos 1920, com Leonardo DiCaprio e Robert De Niro.

O espanhol Pedro Almodóvar apresentará o curta-metragem "Strange Way of Life", western e LGBT, com os atores Ethan Hawke e Pedro Pascal.

O ator Michael Douglas (78 anos) receberá uma Palma de Ouro honorária por sua carreira.

Este ano as produções de longa duração dominam Cannes, também na mostra oficial, com 21 filmes, sete deles dirigidos por mulheres, um recorde.

"About dry grasses", do turco Nuri Bilge Ceylan, dura 3h17; o documentário chinês "Youth Spring" tem 3h40. As duas produções denunciam a atmosfera de países submetidos a regimes opressivos.

A lenda do cinema britânico Ken Loach (86 anos) tentará conquistar sua terceira Palma de Ouro com "The old oak", também de forte teor social.

O italiano Marco Bellocchio (83 anos) exibirá "Rapito", filme que mostra o sequestro de um menino judeu para que receba educação como cristão em meados do século XIX na Itália.

E o espanhol Víctor Erice (82 anos), que apresentou seu longa-metragem anterior em Cannes há três décadas, retorna à mostra com "Cerrar los ojos", em uma mostra paralela.

Cannes também pode registrar protestos, como na famosa edição de 1968: os sindicatos, contrários ao governo do presidente Emmanuel Macron por sua reforma da Previdência, estão dispostos a perturbar o festival, com direito a cortes de energia elétrica, de acordo com a central CGT.

"Temos um bom diálogo com a CGT. Até o momento, nada do que está anunciado nos afeta", disse Frémaux.

 ... e a próxima geração
Além dos veteranos, Cannes também abre espaço para a próxima geração, como o diretor americano Wes Anderson, que recorreu a um elenco de astros para "Asteroid City": Tom Hanks, Scarlett Johansson, Willem Dafoe, Margot Robbie...

Ou também com "Le retour", da francesa Catherine Corsini, filme que já provocou polêmica antes da exibição por sua abordagem da sexualidade adolescente.

Outro destaque é a jovem franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy, que disputa a Palma de Ouro com "Banel e Adama", seu primeiro longa-metragem.

Cannes também exibirá pela primeira vez um filme da Mongólia e um do Sudão.

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