Figurinos de Freddie Mercury em exposição para o filme 'Bohemian Rhapsody'
Longa-metragem biográfico sobre o lendário líder do Queen teve pré-estreia em Londres e chega aos cinemas do Brasil na próxima semana. Réplicas das roupas podem ser vistas no Shopping Tacaruna, até dia 11
"Bohemian Rhapsody", um filme biográfico sobre a vida do cantor britânico Freddie Mercury, foi apresentado em Londres esta semana, refletindo o amor que ainda exite pelo Queen e seu lendário líder, 27 anos após sua morte. A exibição foi na Wembley Arena, sala com 12,5 mil lugares ao lado do estádio onde a banda realizou uma apresentação excepcional durante o show de caridade Live Aid em 1985.
A popularidade de Freddie Mercury e a influência do Queen não pararam de crescer desde a morte do cantor, aos 45 anos, de uma pneumonia ligada à Aids, em 1991. A maioria das vendas de álbuns se deu após essa data. O filme, que será lançado em 1º de novembro no Brasil, é o culminar de um projeto iniciado há oito anos. Ele explora a identidade complexa do artista, bissexual, um monstro no palco, com voz poderosa diante de seu público, mas reservado na vida privada.
Ele encarnou de corpo e alma as composições do Queen e deu vida única a alguns títulos lendários como "We Will Rock You", "We Are The Champions" e, claro, "Bohemian Rhapsody", considerada ainda hoje entre as melhores canções de rock. O ator norte-americano de origem egípcia Rami Malek recebeu ótimas críticas por sua interpretação de Freddie Mercury seguindo um caminho sinuoso até a fama.
Exposição
Para promover o filme, a distribuidora Fox Film Brasil trouxe para o país réplicas de figurinos. Em Pernambuco, a parceria foi estabelecida com o Shopping Tacaruna, que está com uma exposição de peças icônicas usadas pelo Queen. Até o dia 11, no segundo piso próximo à loja C&A do shopping, é composta de quatro figurinos completos, com roupas e acessórios.
Nas réplicas, desde um dos modelos usados por Freddie Mercury no "Live Aid”, e no show de Paris da turnê “A Kind of Magic”, em 1986. Neste último, Freddie entrou no palco usando calça de couro branca, uma coroa, cetro e um manto vermelho que pesava mais de 10 quilos. Já o do “Live Aid” é composto por uma camiseta branca, calças jeans, pulseira e cinto de couro.
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Os outros dois figurinos são uma blusa de cetim plissado e calça branca, e um macacão de lantejoulas prateadas. A blusa de cetim branca formava ‘asas’ quando Freddie abria os braços e foi usada no lançamento do álbum "Queen II", em março de 1974, em uma apresentação em Londres. Já o macacão de lantejoulas foi o figurino do show “Live at the Madison Square Garden”, em 2 de dezembro de 1977, em Nova York.
De Zanzibar a Wembley
Nascido em 1946 em uma família estabelecida na ilha de Zanzibar, Freddie Mercury, cujo nome verdadeiro era Farrokh Bulsara, recebeu uma educação britânica em um colégio interno indiano. O adolescente tímido então se mudou para Londres com sua família, que fugiu da Revolução de Zanzibar em 1964.
O filme acompanha a ascensão do cantor e sua complicada vida emocional, desde a formação da banda até sua participação no concerto Live Aid em Wembley. Sua curta apresentação - de apenas vinte minutos - ajudou a forjar a lenda, tendo sido o Queen o melhor grupo naquele dia.
Em 1991, a morte de Freddie Mercury resultou na interrupção temporária do Queen, um grupo onde cada um dos quatro artistas participava na composição das canções. O baixista John Deacon encerrou sua carreira em 1997, enquanto Brian May e Roger Taylor começaram carreira solo. Pegos pelo prestígio de sua antiga formação, e com a bênção de John Deacon, os dois músicos decidiram reformar o Queen, primeiro com Paul Rodgers, ex-vocalista do Free, até 2008, depois com Adam Lambert, finalista do programa "American Idol" em 2009: "um presente do céu", diz Brian May sobre ele.
'Freddie adoraria isso'
May e Taylor obviamente foram seduzidos por esse jovem cantor excêntrico, capaz de ir de uma jaqueta de couro cravejada a uma fantasia de leopardo, mantendo ao mesmo tempo sua voz num tom muito alto. Os fãs também adotaram o artista de 36 anos, que não tenta imitar ou substituir Freddie Mercury, e pede permissão do público para retomar suas canções.
Apresentado agora como "Queen and Adam Lambert", a banda realizou 52 shows na Europa e nos Estados Unidos em 2017, e fez turnê pela Oceania em 2018, antes de voltar a se apresentar na Europa e em Las Vegas. Na plateia estão os fãs históricos, que vieram ouvir Mercury no palco durante sua última turnê em 1986, e as gerações mais jovens, felizes em comparecer a um show do Queen.
"Continuo dizendo a mim mesmo: 'quem poderia ter imaginado isso?', e 'Freddie teria adorado'", escreveu Brian May no Instagram poucos dias antes da exibição do filme. "Espero que ele esteja em algum lugar não muito longe, com um sorriso travesso no rosto".