Música

Fim de Feira lança disco de inéditas "Forró da Liberdade" no próximo dia 19 de maio

Álbum tem 12 faixas e celebra os ritmos nordestinos com as participações especialíssimas de grandes nomes da música popular

Após 12 anos, Banda Fim de Feira lança novo discoApós 12 anos, Banda Fim de Feira lança novo disco - Foto: Zé de Holanda / Divulgação

Às vésperas do São João, na beirinha da festa mais nordestina do calendário brasileiro, tudo que o recifense mais quer da vida é pretexto para arrastar pé. E a banda Fim de Feira, que há 19 anos surpreende salões cheios de expectativas dançantes, caprichou para garantir o balancê. Após um hiato de quase 12 anos sem um trabalho inédito, a banda tira o Nordeste todinho - e quem mais se habilitar ao alavantu - para dançar o “Forró da Liberdade”, disco que chega às plataformas de streaming dia 19 de maio.

O álbum, com 12 faixas, o grupo define como um retorno às origens, promovendo a celebração de ritmos que orbitam o forró brasileiro, com uma linguagem que flerta tanto com os símbolos rurais da região quanto com os movimentos musicais urbanos. E vai do xote ao frevo, em letras que tratam da diversidade das nossas manifestações, do cotidiano do povo e do estado permanente de festa que é o Nordeste.

Nesse balaio musical, reforçam o coro libertário da Fim de Feira as participações especialíssimas de grandes artistas, cujas trajetórias se confundem com a história da cultura e da música popular nordestina, a exemplo de Assisão, Biliu de Campina, Mestre Bule Bule, da Bahia, e a Banda de Pífanos Zé do Estado, de Caruaru. O álbum conta ainda com a brisa do contemporâneo, soprada por duas das mais bonitas vozes femininas das novas gerações musicais nordestinas: Isabela Moraes e Riáh, de Caruaru.

“Esse disco surgiu como uma celebração à liberdade de ser quem se é. A ideia é anterior à pandemia, mas nosso conceito de liberdade acabou mudando bastante. A primeira ideia que ficou suspensa foi o fato de que queríamos fazer um disco de ‘banda tocando junto’. E aí passamos quase dois anos isolados. Depois teve a questão das participações: quase todos estavam no grupo de risco, por terem mais de 60, 70 anos. No caso de Assisão, 80”, explica Bruno Lins, principal compositor e letrista da banda, além de cantor.

Ele conta que foi preciso esperar as coisas “se ajeitarem” para que o disco pudesse acontecer, celebrando a liberdade, enfim e em dobro. “A capa do disco simboliza isso, uma revoada saindo da gaiola. Estávamos vivos, com saúde, inclusive os mais velhos. Mas tudo isso deixou marcas e hoje a gente canta também por quem não teve a mesma sorte. Nosso Forró da Liberdade é um agradecimento à vida, por voltarmos a tocar juntos, para ver a turma dançando com a liberdade de ser feliz, e a liberdade de espalhar verdade pelo mundo”, comemora Bruno.

Gravação itinerante
Forró da Liberdade reuniu músicos que já faziam parte da antiga e longeva formação da banda, a exemplo de Lucivan Max (percussões), Antônio Muniz (sanfona), Thiago Rad (guitarras e violas), Luccas Maia (baixo), Márcio Silva (bateria), além do próprio Bruno Lins (vocais) e de músicos convidados, como Alexandre Rodrigues (pífanos e clarinete) e Chico Botelho (cavaco). Começou a ser gravado em 2022, entre viagens para o interior, com muitos quilômetros de “sorte e generosidade”, segundo Bruno.

O projeto de gravação itinerante passou por Caruaru e Serra Talhada, tendo como base o Estúdio Carranca, no Recife. “Caruaru era obrigatório, porque sempre foi um lugar nosso: nosso primeiro disco foi gravado lá e a gente queria muito essa atmosfera de novo. Gravamos no Studio Di Fagner, com Walmir Silva e Zé do Estado, dois padrinhos musicais da banda.”

Lá, a vida, em seus métodos, colocou Isabela Moraes e Riáh no caminho da Feira. “Elas estavam em Caruaru, por coincidência, e acabaram também gravando a faixa Formigueiro com a gente. Não podia ter ficado mais bonito”, celebra Bruno, contando que tinha feito uma música pro cantor Biliu de Campina, a Manda Buscar Biliu, e ele partiu de Campina Grande, na Paraíba, pra gravar no nosso Agreste. De Caruaru, a banda seguiu viagem para o Sertão. “Queria muito esse clima de estrada no disco, e fomos realizar o sonho de gravar com Assisão, na terra dele, Serra Talhada.” Foi a faixa Namorando de Novo. Segundo Bruno, a única participação registrada sem ninguém comer poeira foi a do Mestre Bule Bule, que mora na Bahia. “Ele mandou uma gravação tão potente e tão linda para Monomotor, que eu nem me atrevi a cantar com ele.”

Fim de Feira lança disco de inéditas “Forró da Liberdade”

O álbum
"Forró da Liberdade” integra uma trajetória de três CDs e dois DVDs lançados pela Fim de Feira: todos trabalhos autorais, que nasceram do cruzamento da música com a literatura nordestina, metade forró, metade cordel. Aprovado no Edital Funcultura da Música, antes da pandemia, a produção musical leva as assinaturas de Bruno Lins e Thiago Rad, com mixagem de Luccas Maia, masterização de Júnior Evangelista, e produção executiva de Guilherme Patriota (Theia Produtores e Associados). Mas a história do disco, todo mundo conta e canta junto. 

“Nosso último CD é de 2011, e o último DVD de 2016. Depois a banda passou por algumas mudanças, uns saíram, outros chegaram. Por isso que eu acho esse repertório tão bom, porque ele teve tempo de amadurecer até virar disco. Foi importante que a gente se encontrasse de novo, nessa formação que já tem tantos anos, e pudesse fazer um trabalho que tem a cara de cada um. A gente se preparou pra fazer esse disco, planejou e as coisas saíram muito dentro do roteiro”, confirma Bruno.

Todo caminho junino, garante, dá na Feira. “A turnê de lançamento desse trabalho vai ser na festa mais bonita do Brasil, que é o São João, aí logo depois, a gente tem um projeto já em andamento para fazer o registro audiovisual do show, aqui no Recife, lá pra julho/agosto, quando todo mundo já tiver decorado as letras.” Cavalheiros e damas, preparar para o passeio na roça, que ele vai ser comprido. E animado!

 

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