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Festa Literária Internacional de Paraty

Flip 2025 será em agosto ou setembro para conseguir ''convidar autores relevantes''

Data oficial da festa será anunciada em dezembro, afirmou o diretor artístico Mauro Munhoz

Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip, deseja convidar autores relevantes para a 23ª ediçãoMauro Munhoz, diretor artístico da Flip, deseja convidar autores relevantes para a 23ª edição - Foto: Walter Craveiro/Divulgação

A edição de 2025 da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) acontecerá em agosto ou setembro, informou o diretor artístico do evento, Mauro Munhoz. Em coletiva realizada nesta segunda-feira (9), Munhoz afirmou que a Flip 2025, a 23ª, trabalha com três datas: começo de agosto, fim de agosto ou primeira semana de setembro.

— Estamos sondando para ver qual é a melhor data para convidar autores relevantes — disse Mauro.

Este ano, a data da Flip foi anunciada com pouca antecedência, o que dificultou que celebridades literárias internacionais, que têm agenda cheia, aceitassem o convite. Segundo Mauro, o desejo é que em breve a Flip retorne para o período em que era tradicionalmente realizada, entre a última semana de junho e a primeira semana de agosto. A data da Flip 2025 será divulgada em dezembro.

Este ano, o evento será ocorrerá entre 9 e 13 de outubro. A programação completa foi divulgada nesta segunda. Alguns nomes foram mantidos em sigilo até a coletiva desta segunda-feira, como o franco-senegalês Mohamed Mbougar Sarr, autor de "A mais recôndita memória dos homens" (Fósforo), a italiana Lisa Ginzburg ("Cara paz", Nós) e a argentina Gabriela Cabezón Cámara ("Nossa Senhora do Barraco", Moinhos).

O brasileiro Felipe Neto, que acaba de lançar "Como enfrentar o ódio" (Companhia das Letras), também confirmou presença. Ao todo, 35 autores participarão da festa (eram 44 no ano passado), dos quais 15 são estrangeiros, como a italiana Ilaria Gaspari, o colombiano Juan Cárdenas e o americano Robert Jones Jr.

A sensação da 22ª Flip promete ser o francês Édouard Louis, cujos livros investigam sua própria migração de classe e os impactos na privação econômica de sua família operária. Entre os brasileiros, destacam-se o cacique Raoni Metuktire, a best-seller Carla Madeira e a poeta Bruna Mitrano.

Programação fervendo
A programação será composta por 15 mesas diferentes, sendo uma delas apresentada pela produtora de podcasts Rádio Novelo. A mesa de abertura será conduzida pelo historiador Luiz Antonio Simas, cuja missão é dar uma conferência sobre o autor homenageado: João do Rio, cronista da belle époque carioca e autor de "A alma encantadora das ruas". Aliás, o ciclo do autor homenageado começa na quarta-feira (11) e se estende até sábado (14), no CPF Sesc, em São Paulo.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Diretor artístico da Flip, Mauro Munhoz disse que João do Rio foi "etnógrafo avant-garde" ao narrar as mudanças pelas quais passou a sociedade carioca no começo do século XX.

A curadora da festa, a editora Ana Lima Cecilio, afirmou que o autor foi capaz de olhar a cidade com "empatia", gesto que, segundo ela, precisa ser resgatado. Cecilio lembrou ainda que João do Rio foi descrito pelo Barão de Rio Branco como "amulatado, gordo e homossexual" e ressaltou que ele era capaz de circular pelos mais diversos espaços, das rodas da alta sociedade aos terreiros e morros.

Cecilio já havia adiantado ao GLOBO que gostaria de montar uma programação quente, disposta a discutir os assuntos do momento. Ela cumpriu a promessa. Haverá mesas sobre as principais questões contemporâneas, como a guerra em Gaza (com a presença de Atef Abu Saif, ex-ministro da Cultura da palestina), inteligência artificial (com Mark Coeckelbergh, autor de "Ética na inteligência artificial", Ubu) e a politização das relações amorosas (com a Brigitte Vasallo, autora de "O desafio poliamoroso", Elefante).

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