Fundaj celebra 120 anos de Gilberto Freyre com seminário
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promove, nestas quarta (11) e quinta-feira (12), o seminário “Gilberto Freyre: 120 anos de pioneirismo”, na Sala Calouste Gulbenkian, no campus Casa Forte, na Zona Norte do Recife
Considerado um dos precursores na descentralização de uma visão colonizadora sobre a sociedade brasileira, o sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987) colocou negros e indígenas na discussão sobre a formação de nossa identidade nacional. Neste domingo (15), o pensador completaria 120 anos de vida. Para celebrar a obra e a importância do pesquisador para a contemporaneidade, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promove, nestas quarta (11) e quinta-feira (12), o seminário “Gilberto Freyre: 120 anos de pioneirismo”, na Sala Calouste Gulbenkian, no campus Casa Forte, na Zona Norte do Recife.
Dentro da programação, conferência e mesas-redondas discutirão o papel de Gilberto Freyre para a sociologia e antropologia modernas. “Gilberto Freyre enxergava além de seu tempo. Até hoje, às vésperas de completar 120 anos, suas análises continuam norteando muitos estudiosos quanto aos aspectos históricos, sociopolíticos e tradicionais da cultura brasileira. A Fundaj criou esse seminário para homenagear seu criador em suas mais diversas faces. É um homem que precisa ser celebrado tanto quanto sua riqueza literária e seu intelecto ainda tão contemporâneo”, enfatiza o presidente da Fundaj, Antônio Campos, que fará a abertura da série de discussões, às 14h30.
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Além da abertura, duas mesas-redondas serão realizadas. “As várias faces de um escritor”, que será comandada pelo ensaísta e presidente da Academia Pernambucana de Letras (APL), Lucilo Varejão Neto, vai abordar a perspectiva literária de Freyre na pesquisa científica-acadêmica. Nesta quinta, a antropóloga Fátima Quintas comanda a discussão “Memória e Contemporaneidade”, ao lado do secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto; e o presidente da Fundaj, Antônio Campos; além dos professores Anco Márcio e André de Sena.
Para a antropóloga e imortal da APL Fátima Quintas, que idealizou o seminário, Gilberto Freyre deixou um legado na linguagem científica brasileira. “Foi o primeiro intérprete da sociedade brasileira, extremamente inovador. Ele escreveu um ensaio com uma literatura linda, quando na época os ensaios tinham uma linguagem dura e rígida. Neste ponto de vista, ele foi totalmente inovador e com uma linguagem sedutora na ciência”, afirma Fátima, que chegou a trabalhar junto ao sociólogo.
Livro
Depois dos ciclos de palestras, amanhã, a Fundação Joaquim Nabuco vai lançar o livro "Casa-Grande Severina 120 anos de Gilberto Freyre 100 anos de João Cabral de Melo Neto", uma obra que guarda os anais das palestras e conferências realizadas no Seminário Internacional Casa-Grande Severina, promovidos pela instituição no dezembro do ano passado.