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Gal Costa: “Estar no palco é algo que me motiva, me fortalece, e me arrebata"

Artista baiana faz nesta sexta-feira (28), ao vivo do Teatro Bradesco (SP), sua segunda live neste período de pandemia com clássicos como "Baby" e "Coração Vagabundo" no repertório

Gal Costa, cantoraGal Costa, cantora - Foto: Julia Rodrigues / Divulgação

Que a rotina de lives veio para abrandar as tantas desordens destes últimos tempos, é fato que não se nega. Mas, em se tratando de nomes como Gal Costa, que hoje às 20h sobe ao palco do Teatro Bradesco, em São Paulo, e no formato faz a sua segunda apresentação – com transmissão gratuita que pode ser assistida via canal do teatro no YouTube - a praxe do “sextou” ganha um tom a mais de relevância.

“Estar no palco é algo que me motiva, me fortalece, e me arrebata. É emocionante saber que terei muita gente me assistindo, mesmo que não tenha público”, ressaltou em entrevista à Folha de Pernambuco, a artista baiana que segue inconteste na Música Popular Brasileira (MPB) ao longo dos seus 75 anos de vida e pouco mais de cinco décadas de carreira.

Sob direção de Marcus Preto, que também assinou a produção do último trabalho de Gal, o recente “Nenhuma Dor” (2021) – álbum tomado por duetos entre ela e vozes masculinas, como as de Zeca Veloso, Criolo e Seu Jorge – a live desta noite vem, também, para deixar para trás a má impressão da apresentação realizada em setembro do ano passado para celebrar o seu 75º aniversário, ocasião em que a expectativa do público esbarrou em erros pitorescos na condução do show que foi salvo, apenas, pela potência vocal (de sempre) da aniversariante.
 



“Realmente na primeira (live) tivemos algumas interferências, foram muitas ideias para pouco tempo de ensaio, mas tudo bem. Eu gostei muito de fazer e de tudo o que recebi naquele dia. Essa (de hoje) será mais simples mesmo, um concerto para que o público possa ouvir as músicas que eu gravei”, adianta ela que traz no repertório clássicos como ''Baby ``,''Só Louco” e “Meu Bem, Meu Mal”. “Terá um pouco de tudo, será muito bonito, com músicas que eu já gravei e que estão no coração das pessoas”, complementa.

“Normalmente muito caseira, como ela própria pontuou ao ser questionada sobre a rotina durante os dias de confinamento, ir ao estúdio para gravar “Nenhuma Dor” – idealizado antes da pandemia, mas concluído somente neste 2021 – foi um alento. “Foi importante para mim, um alívio. Sou caseira, mas o momento exigiu isso mais ainda. É difícil para mim, como tem sido para todo mundo. Estou com saudades dos palcos e do público, mas agora ainda é momento de nos cuidarmos e cuidarmos dos outros”. 



E em meio ao desânimo que assola o setor cultural, um dos mais devastados neste período, Gal se remete à falta de trabalho e perspectiva de normalidade para quem vive da arte. “É muito triste tudo isso que estamos vivendo. E para todos que trabalham com arte e estão há dois anos sem trabalhar é um momento de se reconectar com o seu público. As pessoas sentem falta dos shows e as lives são um respiro, uma forma de aliviar um pouco a dor da gente com tudo isso”.

Com o desejo de voltar aos palcos (com público), em breve, Gal Costa faz planos para retomar em um pós-pandemia com o novo disco.

Como artista e como cidadã do mundo e do País em que vive, o coração dela “não se cansa de ter esperança”, tal qual diz os versos de um dos clássicos de Caetano Veloso, “Coração Vagabundo” (1967), que estará no set list de hoje e que, na voz dela, ganha interpretação indispensável. “A gente não pode desistir mesmo com tudo o que vemos e vivemos nesse Brasil. Dias melhores virão e a esperança move a humanidade”. Quiçá, Gal, que esse “chorar mais sem fim”, se vá logo.

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