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Gangues suecas lavam dinheiro com downloads falsos no Spotify, afirma jornal

A informação veio de uma investigação jornalística publicada pela Svenska Dagbladet

SpotifySpotify - Foto: Unsplash

Grupos criminosos da Suécia, responsáveis por uma onda de tiroteios neste país nórdico nos últimos anos, usam a plataforma de música Spotify para lavagem de dinheiro, informou um jornal local nesta terça-feira (5).

Essas gangues criminosas usam há anos o dinheiro que ganham com o tráfico de drogas, roubos, fraudes e assassinatos para pagar downloads falsos de músicas lançadas por artistas ligados aos criminosos, de acordo com uma investigação jornalística publicada pela Svenska Dagbladet (SvD).

Assim, eles recebem pagamentos do Spotify – a maior plataforma de música digital do mundo – e conseguem lavar o dinheiro de suas atividades ilícitas.

O jornal informou que a informação foi confirmada por quatro membros de gangues diferentes que operam em Estocolmo e com dados fornecidos por um investigador da polícia.

"Posso dizer com 100% de certeza que isso acontece. Eu mesmo estive envolvido", disse um membro de uma gangue, que pediu para não ser identificado, informou o SvD. "Nós pagamos sistematicamente pessoas para fazer isso por nós", acrescentou.

Segundo este informante, grupos criminosos convertem dinheiro de atividades ilícitas em criptomoedas bitcoin para pagar as pessoas que geram os downloads falsos.

O jornal garantiu que na Suécia um milhão de downloads gera entre 40.000 e 60.000 coroas suecas (entre 3.600 e 5.400 dólares, 17.891 e 26.837 reais na cotação atual).

O inspetor de polícia citado pela reportagem disse que entrou em contato com o Spotify para denunciar essa prática em 2021, mas que a empresa nunca respondeu.

"O Spotify virou um caixa automático para as gangues", disse o agente ao jornal.

Em nota à AFP, o Spotify afirmou que os downloads manipulados são "um desafio para toda a indústria" e que a empresa está "trabalhando duro para resolver esse problema".

A Suécia sofre episódios violentos há alguns anos devido a confrontos entre gangues e acertos de contas. Em 2022, houve 90 ataques com explosivos e 391 tiroteios, com 62 vítimas fatais, segundo dados da polícia.

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