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CINEMA

''Ghostbusters: Apocalipse de Gelo'': nostalgia atrapalha a construção da trama; leia a crítica

Celebrando 40 anos da franquia, a sequência retorna para a cidade de Nova York com a segunda geração de caça-fantasmas

''Ghostbusters: Apocalipse de Gelo'' não possui a engenhosidade narrativa de seu antecessor''Ghostbusters: Apocalipse de Gelo'' não possui a engenhosidade narrativa de seu antecessor - Foto: Divulgação

Com nostalgia desenfreada, ''Ghostbusters: Apocalipse de Gelo'', que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (11), celebra os 40 anos da franquia, retornando para a cidade de Nova York com a segunda geração de caça-fantasmas estabelecidos na icônica estação de bombeiros, conhecida pelos fãs do clássico da década de 1980. 

Os personagens da família Spengler foram introduzidos em ''Ghostbusters - Mais Além''. Lançado em 2021, o longa retomou a franquia com um enredo focado na filha do falecido Egon Spengler (um dos caça-fantasmas originais), a Callie Spengler, e seus filhos Trevor Spengler e Phoebe Spengler, desvendando os mistérios da pequena cidade de Summerville.

''Ghostbusters: Apocalipse de Gelo'' não possui a engenhosidade narrativa de seu antecessor. A trama misteriosa e o espírito aventureiro do longa anterior perderam o espaço nesta nova sequência para o sentimento de saudosismo. 

Na obra ''Ghostbusters - Mais Além'', tínhamos o fanservice em harmonia com o filme. No mais recente trabalho, as referências ao passado da franquia foram tantas que ocuparam o protagonismo da ameaça principal do longa, fazendo ela parecer existir apenas no final. 

A princípio, retornar para a estação de bombeiros em Nova York não seria um problema, mas o diretor Gil Kenan (''A Casa Monstro'') adotou uma estrutura muito parecida com a dos clássicos: fantasmas estão à solta pela cidade causando problemas, a perseguição resulta em destruição na cidade, as pessoas se voltam contra os caça-fantasmas e uma ameaça maior está vindo. 

Além disso, a aparição do elenco veterano foi um desperdício no novo capítulo, porque criou muitos núcleos ao longo do filme, dividindo a atenção do público e da história. ''Em Ghostbuster - Mais Além'', a separação em grupos de personagens funcionou, tendo espaço para o desenvolvimento e um encontro conexo no clímax do filme.

Neste novo longa, o roteiro, que é assinado por Jason Reitman (diretor de ''Ghostbusters - Mais Além'') e Gil Kenan, se complicou na tentativa de unir o elenco veterano com os calouros caçadores. 

Os roteiristas não foram capazes de criar uma atmosfera de suspense ao redor da ameaça do artefato antigo, que libera uma força maligna. Separados, os heróis precisam salvar o mundo de uma possível segunda Era do Gelo. 

A separação provoca uma ruptura entre os personagens e o público, sendo assim, o filme não consegue desenvolver a segunda geração de caça-fantasmas, da trama de Summerville, interpretados por Paul Rudd (''Homem-Formiga''), Carrie Coon (''Garota Exemplar''), Finn Wolfhard (da série ''Stranger Things''), Mckenna Grace (''Eu, Tonya'') como deveria. Outro personagem desalinhado foi Nadeem Razmaadi, incluído neste longa, com atuação de Kumail Nanjiani (''Eternos'').

Então, quando chega o momento de derrotar o vilão, os personagens parecem desconexos entre si e com a trama. Portanto, o clímax da história teve que ser repleto de situações previsíveis e mirabolantes para encerrar o filme de uma maneira abrupta.

O frio pode tomar conta dos espectadores antes mesmo do final, pois a falta de imersão deve afastá-lós do entretenimento. Os fãs da franquia podem ter seus corações aquecidos devido ao sentimento nostálgico que comentei acima, ou saírem mais frustrados por esperarem uma continuação cativante em homenagem às quatros décadas da série. 

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